A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP
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Paraná, especificamente, apesar de todo o sistema ter ligação direta com as cooperativas, não foi<br />
possível evitar o declínio <strong>da</strong> produção. Atualmente, neste estado a produção sobrevive interliga<strong>da</strong><br />
a poucas cooperativas, sobretudo naquelas que verticalizaram e instalaram parque têxtil. Já em<br />
São Paulo, havia alguns grandes produtores, alguns dos quais demonstraram capaci<strong>da</strong>de de<br />
resistência à competição com o produto importado e se expandiu, baseado num sistema<br />
mecanizado do plantio à colheita.<br />
Paralelamente à crise que afetou pesa<strong>da</strong>mente as regiões tradicionais, a <strong>cotonicultura</strong><br />
nacional ia sendo redesenha<strong>da</strong>. Segundo Rolim (1997), a marcha do algodão seguiu para o sul de<br />
Goiás e leste do Mato Grosso, como prosseguimento do <strong>no</strong>roeste de São Paulo, passando pelo<br />
oeste deste estado em direção a Mato Grosso do Sul.<br />
4.2.6.1 Fatores que favoreceram o deslocamento do algodão para o Centro-Oeste<br />
Para alguns autores, como BNDES (1997), IEL, CNA e SEBRAE (2000) e Lambert e<br />
Michels (2003), o crescimento <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong> com algodão <strong>no</strong> Centro-Oeste ocorreu devido à<br />
sua afirmação como alternativa à produção de soja. Para Lambert e Michels (2003), em especial,<br />
esse é um processo de substituição do plantio <strong>da</strong> soja, que vinha apresentando baixa rentabili<strong>da</strong>de<br />
pelo uso contínuo do solo. Tal fato incentivou a pesquisa com o algodão através de convênios<br />
entre empresas estatais e a iniciativa priva<strong>da</strong>, como entre a EMBRAPA e as associações de<br />
produtores. Assim, a <strong>cotonicultura</strong> teria se desenvolvido nessas <strong>no</strong>vas regiões também como uma<br />
alternativa para rotação de culturas. Nestas regiões, também se deve destacar, há uma estrutura de<br />
produção diferente <strong>da</strong> que prevalecia anteriormente, basea<strong>da</strong> na grande produção, na melhoria <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong>de e na verticalização do beneficiamento <strong>da</strong> fibra que passou a ser feita pelos próprios<br />
produtores.<br />
Rolim (1997, p. 13), falando sobre o desenvolvimento <strong>da</strong> <strong>cotonicultura</strong> <strong>no</strong> Centro-<br />
Oeste, destaca que:<br />
A expansão nessa região tem sido explica<strong>da</strong> por uma topografia privilegia<strong>da</strong> que<br />
permite a mecanização de todo o processo, até mesmo <strong>da</strong> colheita, pelo clima mais<br />
regular, que permite maior homogenei<strong>da</strong>de <strong>da</strong> fibra, pelo fato <strong>da</strong> produção ocorrer em<br />
grandes áreas com elevado grau de tec<strong>no</strong>logia e produtivi<strong>da</strong>de e também pelas<br />
expectativas cria<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> Hidrovia Tietê-Paraná e pela Ferro<strong>no</strong>rte.<br />
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