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A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP

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Ao contrário do que ocorria até meado <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990, atualmente a maioria <strong>da</strong><br />

produção é colhi<strong>da</strong> mecanicamente. Mesmo os peque<strong>no</strong>s produtores localizados nas regiões<br />

tradicionais já estão alugando máquinas de proprietários <strong>da</strong>s demais regiões para efetuarem a<br />

colheita, reduzindo-se os custos e obtendo um produto de melhor quali<strong>da</strong>de. Se organizados em<br />

cooperativas e/ou associações, por exemplo, e articulados com a indústria têxtil, os produtores de<br />

me<strong>no</strong>r porte, desde que situados em regiões adequa<strong>da</strong>s, podem utilizar máquinas de forma<br />

compartilha<strong>da</strong>, tornando-se competitivos com a produção em grande escala, que é o caso dos<br />

peque<strong>no</strong>s produtores do Paraná, que apresentam custos me<strong>no</strong>res que algumas regiões do Mato<br />

Grosso, conforme Ferreira Filho et al. (2005).<br />

A colheita mecânica tem grande importância para a obtenção do produto de melhor<br />

quali<strong>da</strong>de, assim como para sua homogenei<strong>da</strong>de. De modo geral, também se observou a<br />

verticalização do processo produtivo e de beneficiamento por parte dos médios e grandes<br />

produtores, agregando valor ao produto e eliminando a intermediação. Ao mesmo tempo, este<br />

processo contribui para a obtenção do produto de melhor quali<strong>da</strong>de. Esta <strong>reestruturação</strong> não<br />

chegou ao peque<strong>no</strong> produtor, devido a restrições de crédito, à instabili<strong>da</strong>de de preços e o não<br />

pagamento do produto levando em consideração sua quali<strong>da</strong>de.<br />

Para as <strong>no</strong>vas regiões, a <strong>reestruturação</strong> <strong>da</strong> cadeia foi sendo a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> ao ambiente<br />

institucional, assim como tomando como base as condições e<strong>da</strong>fo-climáticas. Neste âmbito,<br />

conforme <strong>da</strong>dos apresentados em Helfand e Rezende (2000), há uma baixa aptidão <strong>da</strong>s terras nas<br />

regiões Centro-Oeste e Norte, relativamente as regiões Sul e Sudeste, sob tec<strong>no</strong>logia rudimentar,<br />

ou seja, estas últimas regiões são mais férteis que as primeiras. Assim, é de se esperar um<br />

impacto diferenciado <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça técnica entre essas regiões, uma vez que há certa vantagem do<br />

Centro-Oeste e Norte em termos de aptidão agrícola, principalmente com a adoção de alta<br />

tec<strong>no</strong>logia, proporciona<strong>da</strong> também pelo fato de suas terras serem planas, possibilitando a inserção<br />

<strong>da</strong> moto-mecanização agrícola em to<strong>da</strong>s as fases do processo produtivo.<br />

Segundo Helfand e Rezende (2000, p. 15),<br />

O centro-oeste adquire, assim, vantagem comparativa nas ativi<strong>da</strong>des mais<br />

beneficia<strong>da</strong>s (em termos de redução de custos de produção) pela mecanização,<br />

<strong>no</strong>rmalmente associa<strong>da</strong> à presença de eco<strong>no</strong>mias de escala e poupadora de mão-deobra,<br />

fator escasso <strong>no</strong> Centro-oeste. As regiões sul e sudeste, por sua vez, são mais<br />

competitivas nas ativi<strong>da</strong>des de me<strong>no</strong>r escala e/ou intensivas de mão-de-obra.<br />

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