A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP
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<strong>da</strong> produção interna. Para IEL, CNA e SEBRAE (2000), tomando esse período como a primeira<br />
fase do processo de abertura, pode-se dizer que o algodão em pluma foi um dos produtos<br />
pioneiros a enfrentar um processo de abertura bem-sucedido.<br />
Tabela 1 – Alíquotas <strong>da</strong> tarifa aduaneira brasileira sobre as importações de algodão em pluma –<br />
1986 a 2005<br />
A<strong>no</strong> Alíquota (%) A<strong>no</strong> Alíquota (%)<br />
1986 55 1996 3<br />
1987 55 1997 3<br />
1988 10 1998 6<br />
1989 10 1999 8<br />
1990 0 2000 8<br />
1991 0 2001 10<br />
1992 0 2002 10<br />
1993 0 2003 10<br />
1994 0 2004 10<br />
1995 1 2005 10<br />
Fonte: Dados até 2000 são de IEL, CNA e SEBRAE (2000, p. 54), compilados <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Receita Federal.<br />
Para os períodos seguintes, diretamente coletados de <strong>Brasil</strong> (2006).<br />
Contudo, nas safras seguintes, quando a tarifa foi baixa<strong>da</strong> a zero, houve uma expressiva<br />
mu<strong>da</strong>nça de tendência. A produção decresce até o a<strong>no</strong>-safra 1996/1997, chegando praticamente à<br />
metade do que era em 1990/1991 e representando 40% do consumo. As exportações sofrem<br />
decréscimos expressivos até o final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong>, mas as importações ganham expressão,<br />
representando 60% <strong>da</strong> fibra consumi<strong>da</strong> em 1992/1993, decrescendo em segui<strong>da</strong>, mas voltando<br />
para 56% nas safras 1995/1996 e 1996/1997.<br />
A partir de 1993 a crise <strong>da</strong> produção de algodão <strong>no</strong> mercado inter<strong>no</strong> foi agrava<strong>da</strong> pela<br />
junção de câmbio sobrevalorizado e altas taxas de juros <strong>no</strong> mercado inter<strong>no</strong>. Segundo BNDES<br />
(1997) e IEL, CNA e SEBRAE (2000), houve a permissão de importação de algodão de to<strong>da</strong> a<br />
procedência, inclusive com subsídio e facili<strong>da</strong>des de financiamentos. Neste caso, eram<br />
expressivas as diferenças de juros de obtenção de empréstimos: enquanto <strong>no</strong> mercado inter<strong>no</strong> as<br />
taxas médias de juro eram de aproxima<strong>da</strong>mente 25% a.a., <strong>no</strong> exter<strong>no</strong> eram de 7%. Os prazos de<br />
pagamentos <strong>da</strong>s importações se estendiam até 360 dias.<br />
Além disso, segundo Jayo e Nunes (1998), a redução de alíquota foi mais gradual para<br />
fios e tecidos de algodão, <strong>da</strong>ndo margens aos argumentos de que a abertura as importações de<br />
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