A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP
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negócios, que alegam que a tendência estocástica <strong>da</strong>s variações econômicas é resultado<br />
cumulativo dos choques permanentes de produtivi<strong>da</strong>de. Para os autores, se confirmado este<br />
resultado, muitas outras variáveis perdem sua importância, como políticas monetárias e fiscais,<br />
que <strong>no</strong>rmalmente são considera<strong>da</strong>s nas análises macroeconômicas.<br />
Lima, Migon e Lopes (1992, 1993) utilizaram os modelos sugeridos por Blanchard e<br />
Quah (1989) e King et al. (1991), e <strong>da</strong>dos de outras variáveis econômicas juntamente com os<br />
<strong>da</strong>dos de PIB real, para identificar os impactos de choques temporários e permanentes para a<br />
eco<strong>no</strong>mia brasileira. Contudo, o procedimento utilizado para a estimação do modelo difere do<br />
adotado por Blanchard e Quah (1989). O modelo VAR irrestrito foi estimado e especificado sem<br />
se impor nenhuma restrição na forma reduzi<strong>da</strong> e se utilizou um procedimento bayesia<strong>no</strong>, o qual,<br />
segundo os autores, permite li<strong>da</strong>r com incerteza a respeito <strong>da</strong> especificação. Os <strong>da</strong>dos trimestrais<br />
foram para o período de 1982:3 a 1990:1.<br />
Os resultados encontrados pelos autores mostraram que um choque de deman<strong>da</strong> causa<br />
que<strong>da</strong> do desemprego, que é reverti<strong>da</strong> entre o 5º e o 8º trimestres após o choque, e um acréscimo<br />
na produção industrial, cuja reversão se inicia entre o 6º e o 9º trimestres posteriores. O choque<br />
de oferta causou praticamente o mesmo impacto na variável desemprego, comparativamente ao<br />
choque de deman<strong>da</strong>. Sobre a produção industrial, o choque de oferta parece ter impacto<br />
persistente ao longo do tempo. No geral, apontaram que os efeitos dos choques de deman<strong>da</strong> e<br />
oferta na taxa de desemprego são estimados com boa precisão, sendo que o mesmo não ocorre<br />
com os efeitos destes choques na produção industrial.<br />
O trabalho de Blanchard e Quah (1989) foi criticado por Lippi e Reichlin (1993), que<br />
apontam que as estimativas do modelo VAR de Blanchard e Quah e de alguns outros autores são<br />
basea<strong>da</strong>s numa hipótese arbitrária <strong>da</strong> representação de média móvel. Uma modificação simples e<br />
natural do modelo eco<strong>no</strong>métrico trabalhado por Blanchard e Quah, pode levar à representação de<br />
média móvel com valores zeros <strong>no</strong> lado “errado” do círculo unitário.<br />
A alterações impostas pelos autores foram nas equações de oferta e markup, tornando-as<br />
como:<br />
() t N()<br />
t + () t<br />
64<br />
Y = π<br />
(2’)<br />
() t W () t − () t<br />
P = π<br />
(3’)<br />
onde π é o logaritmo <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de do trabalho, enquanto as demais variáveis permaneceram