A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP
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Para as demais variáveis, observa-se que o choque de 10% em ca<strong>da</strong> uma delas não<br />
apresenta um impacto acumulado na mesma proporção, mas as variações são expressivas e<br />
positivas. Como se observa na Figura 25, as variáveis produtivi<strong>da</strong>de e produção apresentaram<br />
impactos semelhantes. Choques de 10% em ca<strong>da</strong> uma dessas variáveis produz um impacto<br />
acumulado de 8,9%. Os resultados sugerem, portanto, que aumentos – por exemplo – de<br />
produtivi<strong>da</strong>de (ou produção) tendem a ser atenuados em tor<strong>no</strong> de 10%; ou seja, há apenas uma<br />
pequena contenção <strong>da</strong> expansão inicial, endossando a pressuposição de que o mercado exter<strong>no</strong><br />
permite que a concomitante que<strong>da</strong> de preço não iniba de forma expressiva a mu<strong>da</strong>nça tec<strong>no</strong>lógica<br />
na produção de algodão. Evolução semelhante também foi obti<strong>da</strong> para a área: choque de 10% na<br />
área colhi<strong>da</strong> com algodão proporciona uma resposta acumula<strong>da</strong> de 8,5% sobre a própria variável.<br />
Um choque inicial de 10% na exportação também produz uma resposta acumula<strong>da</strong><br />
levemente atenua<strong>da</strong>: permanece uma resposta de 8%. Vale ressaltar, entretanto, que esta variável<br />
foi considera<strong>da</strong> endógena ao modelo e como excedente de mercado inter<strong>no</strong>. Sua decomposição<br />
<strong>da</strong> variância do erro de previsão apontou para uma expressiva dependência <strong>da</strong> exportação em<br />
relação à produtivi<strong>da</strong>de, área e produção. Assim, um choque na própria variável deve ser o<br />
causado por outros fatores, que não os considerados neste modelo, como, por exemplo, devido ao<br />
acréscimo <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> externa. Entretanto, seu atendimento faz com que o exportador absorva<br />
parte deste mercado, cujo reflexo se deu na elastici<strong>da</strong>de acumula<strong>da</strong> do choque.<br />
Já o choque de preço sobre ele mesmo mostrou maior oscilação <strong>no</strong>s primeiros períodos<br />
após o choque. Um choque de 10% <strong>no</strong> preço, leva a uma variação negativa <strong>no</strong> segundo período,<br />
voltando a subir e decrescer <strong>no</strong>s períodos três e quatro após o choque. A resposta acumula<strong>da</strong> é de<br />
6,7%. As oscilações decorrem fun<strong>da</strong>mentalmente de ajustamentos de produção e consumo em<br />
escala mundial: se o preço se valoriza, há uma tendência de maior produção e que<strong>da</strong> <strong>no</strong> consumo<br />
que como os resultados indicam levam a moderação <strong>da</strong> alta inicial. Contudo, <strong>no</strong> final do período<br />
os preços tendem a permanecer maiores que antes do choque.<br />
Em segui<strong>da</strong>, se analisa a função de impulso resposta <strong>da</strong> produção, <strong>da</strong> área e <strong>da</strong><br />
exportação, devido a choques nas demais variáveis do modelo. Inicia-se a análise interpretando<br />
os resultados <strong>da</strong> função para a área, apresentados na Figura 26. De acordo com a decomposição<br />
<strong>da</strong> variância do erro de previsão, duas variáveis se mostraram importantes em explicar variações<br />
<strong>da</strong> área colhi<strong>da</strong>: produtivi<strong>da</strong>de agrícola e preços do algodão. Observa-se que essas duas variáveis<br />
causam impactos semelhantes sobre a área, sendo ambos indicativos de rentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
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