A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP
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do sistema. Estados e municípios possuem uma significativa auto<strong>no</strong>mia na gestão dos tributos,<br />
em especial do ICMS, que é o principal imposto <strong>no</strong> âmbito estadual. Diante disso, o sistema<br />
agroindustrial do algodão, tendo uma maior organização e uma orquestração de interesse mais<br />
clara, passa a reivindicar, principalmente em nível estadual, medi<strong>da</strong>s que incentivem a produção.<br />
Atualmente, dependendo <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Federação, verificam-se alíquotas e formas de<br />
arreca<strong>da</strong>ção diferencia<strong>da</strong>s, além de programas paralelos de fomento e restituição do tributo,<br />
dentre outros. Tais medi<strong>da</strong>s, caracteriza<strong>da</strong>s como um instrumento de incentivo econômico,<br />
apresentam o objetivo de promover determina<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de em uma região. Porém, essa estratégia<br />
discricionária pode gerar distorções em prejuízo de alguns agentes ou segmentos. Trata-se <strong>da</strong><br />
de<strong>no</strong>mina<strong>da</strong> “guerra fiscal”. Apesar <strong>da</strong>s distorções, atribui-se a tais políticas, como por exemplo,<br />
<strong>no</strong> Estado do Mato Grosso, papel de destaque na dinamização <strong>da</strong> produção, conquista<strong>da</strong> em um<br />
curto espaço de tempo (MENEZES; GAMEIRO; FERREIRA FILHO, 2001).<br />
Conforme a Tabela 3, os principais estados produtores, localizados na região Centro-<br />
Oeste, dispõem de programas de incentivo (Proalgo, Proalmat e PDagro) que concedem desconto<br />
de até 75% do ICMS incidente, desde que o produtor comprove a utilização de sementes<br />
melhora<strong>da</strong>s, uso de assistência técnica, a eliminação de embalagens de agrotóxicos de acordo<br />
com as <strong>no</strong>rmas estabeleci<strong>da</strong>s, a destruição de soqueiras, além de estarem em situação regular com<br />
a Secretaria Estadual <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>. Outros, como Bahia (Proalba), Minas Gerais (Proalminas) e,<br />
mais recentemente, o Paraná, implantaram programas similares como forma de promover a<br />
competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> produção local.<br />
No caso de Minas Gerais, ao invés dos produtores se beneficiarem com a isenção de<br />
parte do ICMS a ser pago, as indústrias (vincula<strong>da</strong>s aos Sindicatos <strong>da</strong>s Indústrias de Fiação e<br />
Tecelagem de Minas Gerais e <strong>da</strong>s Indústrias de Malharias de Minas Gerais) se responsabilizam<br />
por adquirir a oferta excedente do estado (produção me<strong>no</strong>s ven<strong>da</strong>s antecipa<strong>da</strong>s para os mercados<br />
inter<strong>no</strong> e exter<strong>no</strong>) ao preço de mercado, acrescido de 9%. Toma-se como base de preço de<br />
mercado o Indicador <strong>Cepea</strong>/Esalq. Mas quando este Indicador está abaixo do preço mínimo do<br />
determinado pelo Gover<strong>no</strong> Federal passa a prevalecer este valor. Entre 2004 e final de 2005,<br />
houve um decréscimo expressivo <strong>da</strong>s cotações do mercado inter<strong>no</strong>, descolando do preço mínimo<br />
do gover<strong>no</strong>. Houve pressão do lado comprador, principalmente, e a Associação dos produtores e<br />
os Sindicatos <strong>da</strong> indústria chegaram a um <strong>no</strong>vo acordo, definindo como preço de mercado o<br />
me<strong>no</strong>r valor entre o Indicador <strong>Cepea</strong> acrescido de 30% ou 30% do valor do Indicador <strong>Cepea</strong> mais<br />
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