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A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP

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matérias-primas. Aparentemente, as mu<strong>da</strong>nças <strong>no</strong> sistema de comercialização nacional<br />

conduziram a essas condições.<br />

No segmento produtor de algodão, onde hoje se <strong>no</strong>meia de região tradicional, prevalecia<br />

uma estrutura de mercado pulveriza<strong>da</strong>. A uni<strong>da</strong>de típica de exploração era pequena, pouco<br />

tecnifica<strong>da</strong> e freqüentemente geri<strong>da</strong> em regimes de parceria e arren<strong>da</strong>mento. Entretanto, a “<strong>no</strong>va<br />

<strong>cotonicultura</strong>” passa a se definir como uma ativi<strong>da</strong>de típica de grandes áreas, sendo inevitável a<br />

concentração <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de. Além disso, como é natural que a produção de ca<strong>da</strong> produto se<br />

desloque para aquelas regiões que apresentam melhores vantagens locacionais e condições<br />

topográficas adequa<strong>da</strong>s, é de se esperar uma tendência de expansão do sistema produtivo para<br />

<strong>no</strong>vas áreas e para <strong>no</strong>vos produtores com capaci<strong>da</strong>de de investimento.<br />

Neste contexto, atualmente se observa uma diversi<strong>da</strong>de <strong>no</strong> padrão tec<strong>no</strong>lógico <strong>da</strong>s<br />

lavouras. Contudo, mesmo nas regiões tradicionais destaca-se a utilização de tec<strong>no</strong>logia “média”,<br />

aproximando-se <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia adota<strong>da</strong> nas <strong>no</strong>vas regiões e deixando de ser considera<strong>da</strong><br />

rudimentar. O avanço <strong>da</strong> produção do algodão em áreas mais planas, conforme destacado neste<br />

texto, possibilitou a introdução de mecanização em to<strong>da</strong>s as fases do cultivo, desde o plantio até a<br />

colheita. A colheita mecânica favorece a quali<strong>da</strong>de e a homogenei<strong>da</strong>de do produto, condições<br />

espera<strong>da</strong>s pelas indústrias.<br />

Da mesma forma, se observou uma tendência de concentração <strong>no</strong> segmento<br />

beneficiador (algodoeiras), tanto pela erradicação de empresas, como pelo deslocamento de<br />

algumas <strong>da</strong>s regiões tradicionais para a região “empresarial”, mas com maior capaci<strong>da</strong>de de<br />

beneficiamento. Conforme ressaltado por Jayo e Nunes (1998), houve uma erradicação de boa<br />

parte do setor e de manutenção de uma mi<strong>no</strong>ria mais apta, as quais acompanharam as mu<strong>da</strong>nças<br />

do segmento agrícola. A exceção a esta regra está presente em um número muito reduzido de<br />

algodoeiras de maior porte, que não sofreu os efeitos <strong>da</strong> retração <strong>da</strong> <strong>cotonicultura</strong> tradicional na<br />

medi<strong>da</strong> em que se ajustou às tendências de <strong>reestruturação</strong> produtiva do segmento agrícola e<br />

passou a beneficiar o algodão produzido pela <strong>cotonicultura</strong> empresarial. Dado o “poder de<br />

barganha” adquirido pelos produtores, muitas algodoeiras que compravam o algodão em caroço e<br />

comercializavam a pluma e seus derivados, atualmente passaram a ser “parceiras” dos<br />

produtores, <strong>no</strong> sentido de extrair a pluma do caroço e a devolver para o produtor, que escolhe a<br />

melhor época para comercializá-la.<br />

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