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A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP

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A produção brasileira cresceu rapi<strong>da</strong>mente em todo o Nordeste e Portugal passou a ser<br />

um dos grandes fornecedores de matéria-prima para as fábricas inglesas. Contudo, as autori<strong>da</strong>des<br />

mostraram preocupação com o crescimento dos teares na colônia que poderia impactar na oferta<br />

de mão-de-obra para a extração do ouro. Em 1785 proibiu-se a fabricação de tecidos <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>,<br />

excetos os grosseiros, usados em roupas de escravos, sacos e fardos (COELHO, 2002).<br />

Neste período, houve expressivo aumento <strong>da</strong> produção americana; mas as exportações<br />

de algodão brasileiro continuaram avançando. Segundo Costa e Bue<strong>no</strong> (2004), desde o século<br />

XVIII o <strong>Brasil</strong> e os Estados Unidos <strong>da</strong> América – EUA disputam o mercado de algodão,<br />

principalmente com o advento <strong>da</strong> Revolução Industrial e o expressivo desenvolvimento <strong>da</strong><br />

manufatura têxtil inglesa.<br />

No <strong>Brasil</strong>, a expansão ocasiona<strong>da</strong> pela Revolução Industrial despertou o cultivo<br />

comercial de algodão em várias capitanias, especialmente <strong>no</strong> Nordeste, constituindo-se um dos<br />

pilares do espaço agrário regional. Entre o final do século XVIII e início do século XIX, o<br />

algodão tor<strong>no</strong>u-se a principal matéria-prima <strong>da</strong> indústria têxtil.<br />

No início do século XIX as exportações brasileiras de algodão eram crescentes, quando<br />

Napoleão Bonaparte decretou um bloqueio continental, proibindo o comércio com a Inglaterra.<br />

Aliado a este fato, Barbosa, Margarido e Nogueira Junior (2002) citaram que outra dificul<strong>da</strong>de<br />

para as exportações do algodão brasileiro era a má quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> fibra produzi<strong>da</strong>. Com isto, as<br />

exportações passaram a ser decrescentes. Neste período, vários estados brasileiros plantavam<br />

algodão, entre eles: Pernambuco, Ceará, Bahia, Maranhão, São Paulo, Mato Grosso, Goiás,<br />

Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraíba (BARBOSA; MARGARIDO;<br />

NOGUEIRA JUNIOR, 2002).<br />

Com me<strong>no</strong>r produção <strong>no</strong> mercado inter<strong>no</strong>, o <strong>Brasil</strong> passou a ser abastecido por tecidos<br />

oriundos dos EUA, <strong>da</strong> Inglaterra e França. Somente em meado do século XIX a produção voltou<br />

a ter uma <strong>no</strong>va recuperação, favoreci<strong>da</strong> pelas exportações, em decorrência <strong>da</strong> Guerra Civil<br />

Americana (1861-1865).<br />

Segundo Barbosa, Margarido e Nogueira Junior (2002), o crescimento <strong>da</strong> produção <strong>no</strong><br />

<strong>Brasil</strong> entre fins do século XIX e início do século XX teve uma forte contribuição de fatores<br />

adversos aos EUA. Segundo os autores, a arranca<strong>da</strong> <strong>da</strong> produção foi favoreci<strong>da</strong> pelo ataque do<br />

bicudo aos algodoais america<strong>no</strong>s.<br />

Nos a<strong>no</strong>s seguintes, a produção e exportação brasileira continuaram tendo expressivas<br />

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