A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP
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mu<strong>da</strong>nça na política agrícola favorável à sua produção. Os Pla<strong>no</strong>s de Safra anuais a partir <strong>da</strong> safra<br />
1996/1997 passaram a incluir medi<strong>da</strong>s de estímulo especial à cultura do algodão: maior limite de<br />
recursos para financiamento de custeio por produtor, aumento <strong>no</strong>s preços mínimos de garantia e<br />
inclusão <strong>da</strong> cultura <strong>no</strong> zoneamento agro-climático (BANCO NACIONAL DE<br />
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL – BNDES, 1997; IEL; CNA; SEBRAE,<br />
2000).<br />
A partir de 1997, o BNDES disponibilizou o FINAME-Agrícola, com financiamentos,<br />
sem limite de valor, para aquisição de máquinas e equipamentos <strong>no</strong>vos. O custo financeiro deste<br />
programa é a taxa de juros de longo prazo (TJLP), inferior aos valores observados para a taxa<br />
Selic. No Pla<strong>no</strong> Safra 2004/2005, por exemplo, os recursos do FINAME superaram a marca de<br />
56% do total de recursos disponibilizados para investimento.<br />
Desta forma, apesar do financiamento governamental direto <strong>da</strong> agricultura comercial ter<br />
declinado acentua<strong>da</strong>mente, o gover<strong>no</strong> não está ausente (MUELLER, 2005). Por fim, vale<br />
destacar que em um cenário macroeconômico de juros altos, mu<strong>da</strong>nças cambiais e baixo<br />
crescimento econômico, as linhas de crédito, com custo financeiro abaixo <strong>da</strong>s observa<strong>da</strong>s <strong>no</strong><br />
mercado, certamente tiveram impacto positivo sobre a agricultura, em particular, e o<br />
agronegócio, em geral.<br />
4.2.2 Abertura comercial, taxa de câmbio e taxa de juro para empréstimo<br />
A partir <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980 ocorreu o processo de abertura comercial<br />
brasileira, incluindo tanto a retira<strong>da</strong> de barreira à importação quanto de restrições à exportação<br />
em alguns setores. Este processo foi acelerado <strong>no</strong> início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990.<br />
O <strong>Brasil</strong> tem-se caracterizado por medi<strong>da</strong>s restritivas as importações e exportações,<br />
devido a crônicas crises do balanço de pagamentos e à pressão <strong>da</strong> indústria para assegurar reserva<br />
de mercado na compra de matéria-prima e na ven<strong>da</strong> de sua produção. Por muitos a<strong>no</strong>s, na<br />
definição <strong>da</strong> estratégia <strong>da</strong> comercialização <strong>da</strong>s safras, a tônica do gover<strong>no</strong> foi sempre a de atender<br />
primeiro a deman<strong>da</strong> <strong>da</strong> indústria e de sorte que somente excedentes podiam ser exportados.<br />
Soma-se ain<strong>da</strong> a per<strong>da</strong> de competitivi<strong>da</strong>de do produto nacional liga<strong>da</strong> à política tributária:<br />
enquanto as exportações e os insumos que o setor produtor adquiria eram tributados pelo Imposto<br />
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, as importações eram isentas de tarifas. Por<br />
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