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A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP

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empenho em superar vários problemas na cadeia. Até a primeira metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990, os<br />

segmentos produtores <strong>da</strong> fibra (agricultura e agroindústria beneficiadora) não possuíam uma<br />

enti<strong>da</strong>de de representação. Nos períodos seguintes, o sistema começou a se articular e formar<br />

associações e organizações de interesse, influencia<strong>da</strong> pela implantação de uma <strong>cotonicultura</strong> de<br />

modelo empresarial, mais articula<strong>da</strong> e com maior voz política, e <strong>da</strong> presença de um Grupo de<br />

Trabalho de algodão, pertencente ao Fórum Nacional <strong>da</strong> Agricultura – FNA, este formado em<br />

1996.<br />

A principal enti<strong>da</strong>de de representação de interesse dos segmentos têxteis é a Associação<br />

<strong>Brasil</strong>eira <strong>da</strong> Indústria Têxtil – ABIT. De forma geral, segundo ABIT (2004), essa enti<strong>da</strong>de<br />

enfatiza a preocupação com a auto-suficiência em matéria-prima de quali<strong>da</strong>de, como acontece<br />

<strong>no</strong>s países que são os maiores produtores de têxteis de algodão. Compõem ain<strong>da</strong> o conjunto de<br />

objetivos: a redução de custos de produção e melhora <strong>no</strong>s procedimentos de colheita, não<br />

restrição à importação, mas incentivos à produção interna. Assim, a indústria argumenta que a<br />

política pública deveria buscar mais condições para a adoção de tec<strong>no</strong>logias e modernização,<br />

visando à redução <strong>no</strong>s custos de produção e melhora <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do produto colhido.<br />

Duas organizações que se desenvolveram <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 1990 assumiram papel de liderança<br />

na articulação de ações priva<strong>da</strong>s, sendo elas: Fun<strong>da</strong>ção de Apoio à Pesquisa Agropecuária de<br />

Mato Grosso – Fun<strong>da</strong>ção MT – e a Associação <strong>Brasil</strong>eira de Algodão – ABRALG. Ambas visam<br />

à provisão de tec<strong>no</strong>logia genética e desenvolvimento de sementes.<br />

A Fun<strong>da</strong>ção MT é uma enti<strong>da</strong>de volta<strong>da</strong> à pesquisa na área de sementes, objetivando,<br />

principalmente, a a<strong>da</strong>ptação de varie<strong>da</strong>des para o cultivo <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> Central. A Fun<strong>da</strong>ção foi<br />

constituí<strong>da</strong> e é manti<strong>da</strong> pelos principais grupos empresariais que atuam na <strong>cotonicultura</strong><br />

empresarial <strong>no</strong> Centro-Oeste. Pode-se dizer que este é um caso inédito na agricultura de<br />

articulação vertical entre o segmento agrícola e o fornecimento de tec<strong>no</strong>logia genética. A<br />

ABRALG foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1997, por iniciativa de atores <strong>da</strong> indústria têxtil, visando a criação de<br />

um fundo privado de financiamento à pesquisa mediante a adesão de empresas têxteis (JAYO;<br />

NUNES, 1998). A experiência destas duas instituições serve para sugerir ou indicar a capaci<strong>da</strong>de,<br />

que se forma entre os segmentos do sistema agroindustrial, de forjar ações coordena<strong>da</strong>s para o<br />

aumento de competitivi<strong>da</strong>de, independentes <strong>da</strong> ação estatal.<br />

O desenvolvimento <strong>da</strong> <strong>cotonicultura</strong> mais empresarial trouxe consigo uma maior<br />

organização dos produtores e beneficiadores em associações de classe, representativas de ca<strong>da</strong><br />

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