A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP
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acompanhando a evolução do setor produtivo, o setor industrial passou a fazer contratos com<br />
grandes cotonicultores, favorecendo a integração do sistema produtivo, incluindo a produção, as<br />
algodoeiras e, até mesmo, a fiação, atuando diretamente <strong>no</strong> mercado de pluma ou de fio.<br />
Para Jayo e Nunes (1998), o acréscimo <strong>da</strong>s importações ocorreu devido à falta de<br />
produto <strong>no</strong> mercado inter<strong>no</strong>. Assim, foi a que<strong>da</strong> <strong>da</strong> produção que levou à importação como forma<br />
de complementar o abastecimento. A falta de produto com os atributos exigidos também foi um<br />
fator importante 4 . O algodão de boa quali<strong>da</strong>de produzido domesticamente era adquirido pelo<br />
setor têxtil nacional. Além disso, argumentam que por questões estratégicas e logísticas, haveria<br />
preferência pelo produto doméstico. Desta forma, a única saí<strong>da</strong> para a produção nacional era a<br />
adoção de tec<strong>no</strong>logias e modernização, com o objetivo de reduzir custos e melhorar a quali<strong>da</strong>de<br />
do produto.<br />
4.2.5 Ativi<strong>da</strong>de de pesquisa genética, produção e comercialização de sementes<br />
As ativi<strong>da</strong>des de pesquisa genética, produção e comercialização de sementes possuem<br />
uma longa tradição de regulamentação, uma vez que durante quase setenta a<strong>no</strong>s foram realiza<strong>da</strong>s<br />
exclusivamente pelo Estado. A partir dos a<strong>no</strong>s 1990 verifica-se um processo de redefinição<br />
institucional.<br />
As ativi<strong>da</strong>des liga<strong>da</strong>s à produção de semente de algodão, assim como várias outras,<br />
foram estatiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong> Estado de São Paulo e entregues à Secretaria <strong>da</strong> Agricultura <strong>da</strong>quele estado<br />
desde 1934. A partir dessa <strong>da</strong>ta começou a vigorar um dos mais importantes programas nacionais<br />
de produção de sementes, chamado “Sistema Paulista de Produção e Comercialização de<br />
Sementes”. Outros estados passaram a comercializar as sementes produzi<strong>da</strong>s por São Paulo, de<br />
forma que a área de abrangência <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia gera<strong>da</strong> sob a regulamentação em São Paulo<br />
acabou se estendendo para to<strong>da</strong>s a regiões produtoras <strong>no</strong> Centro-Sul, e para algumas regiões de<br />
algodão herbáceo <strong>no</strong> Nordeste. O sistema paulista também serviu de modelo para implementação<br />
de um sistema semelhante <strong>no</strong> Paraná.<br />
Contudo, devido à escassez de recursos estatais a partir dos a<strong>no</strong>s de 1980, o sistema<br />
4 Mas para Besen et al. (1997) como questão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do produto nacional já vinha de longa <strong>da</strong>ta, a real razão<br />
para as importações eram as condições vantajosas dos financiamentos internacionais dos produtos importados, que<br />
correspondia a uma estratégia <strong>da</strong>s empresas de autofinanciamento em termos de capital de giro em condições<br />
vantajosas.<br />
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