D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...
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se refere ao pós-modemismo, é necessário fazer toda uma contextualização dentro<br />
da literatura brasileira, o presente estudo isentou-se de tratar da questão por<br />
entender que este ponto já está contemplado.<br />
Descobriu-se que tempo não é só relógio, não é só presente, ou passado, ou<br />
futuro. As investigações em relação ao narrador e ao nome comprovam que as suas<br />
imbricações são muito mais sutis. O mesmo se pode dizer do exílio e da errância,<br />
aparentemente afastados da temporalidade, mas após um olhar mais detido vai se<br />
percebendo que o processo de ruína por trás não se constrói em outro "lugar" que<br />
não no tempo. Já a morte deixa suas ligações mais claras, possivelmente por se<br />
tratar de um limite. Além de todas as mortes disseminadas ao longo da obra de Noll,<br />
tem-se a guerra em A céu aberto colocada de forma crucial, pois diante desta<br />
situação a morte se torna de uma evidência tal que impossibilita qualquer<br />
dissimulação, normalmente presente no nosso discurso diário.<br />
Também tratou-se do caráter para demonstrar como ele se constrói no tempo<br />
e como sua ausência, num sentido ético, faz com que os personagens cometam<br />
crimes, alguns assassinatos, inclusive. Novamente a presença da morte.<br />
Ao longo da escrita, tentou-se evitar repetições desnecessárias, assim,<br />
quando se abordou determinada questão relacionada ao presente no item narrador a<br />
mesma não foi retomada, no máximo de forma parcial, quando se passou ao item<br />
tempo presente. Aliás, a força desse tempo abafa em muito os demais. A recusa<br />
constante da memória e, conseqüentemente, do passado, bem como a ausência de<br />
perspectivas e de expectativas se coadunam com a urgência em que vivem os<br />
personagens de Noll.<br />
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