D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...
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Outra coincidência no texto de Ricoeur é o fato de ele levar em consideração<br />
uma experiência prévia do mundo fundamental a qualquer leitor. Não é possível que<br />
alguém identifique numa história aquilo que, de alguma maneira, já não foi<br />
identificado no universo que o circunda. Definitivamente o leitor tem que estar ou se<br />
fazer estar apto para a obra a que se atira e há uma série de vivências que podem<br />
proporcionar uma leitura mais, ou menos, rica. Em suma, creio que não me seria<br />
possível pensar no tempo há dez anos atrás como me foi possível pensar agora. Só<br />
a partir de uma clara visão de que o tempo se esvai impreterivelmente e de que a<br />
vida é mais exígua do que parece quando se tem vinte anos, é que posso buscar<br />
uma leitura em Noll que se detenha em temas como a morte, por exemplo.<br />
Iniciarei este trabalho com uma rápida apresentação de alguns textos<br />
elaborados dentro de uma crítica sobretudo ligada à universidade. Essa crítica<br />
analisa e a contextualiza a produção do escritor gaúcho dentro do quadro da<br />
literatura brasileira contemporânea. Na seqüência pretendo expor da forma o mais<br />
fiel possível a teoria de Ricoeur sobre o tempo, que de certa forma é a junção de<br />
algumas linhas do pensamento filosófico nem sempre muito próximas.<br />
Finalmente, será a obra de Noli o objeto da análise a ser empreendida, com<br />
um enfoque maior sobre A céu aberto.<br />
Acho que qualquer texto pode passar por uma leitura mais detida que se<br />
relacione ao tempo, mas não há dúvida de que não serão todos que farão<br />
discussões realmente interessantes. Todas as narrativas aqui abordadas trabalham<br />
com o tempo de forma relativamente tradicional, no entanto, um segundo olhar<br />
poderá perceber quantas imbricações sutis são dadas. É dessas sutilezas que se<br />
pretende tratar.<br />
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