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D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...

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Essa retenção do presente pode ser incrivelmente útil no estudo dedicado à<br />

análise dos textos de Noll, pois são textos que privilegiam o presente, o imediato e,<br />

conseqüentemente, o fugaz.<br />

Se mimese I se detém no antes do texto, na sua prefiguração, mimese II é a<br />

própria narrativa, entramos agora no "reino do como-se", isto é, na configuração<br />

propriamente dita. Mas o que de fato interessa a Ricoeur no momento em que ele<br />

posiciona a narrativa entre a prefiguração e a refiguração, mimese III, é sobretudo<br />

seu caráter de mediação:<br />

[a intriga] faz mediação entre acontecimentos ou incidentes individuais e uma história<br />

considerada como um todo. Quanto a isso, pode-se dizer equivalentemente que ela extrai<br />

uma história sensata de - uma pluralidade de acontecimentos ou de incidentes (os pragmata<br />

de Aristóteles); ou que transforma os acontecimentos ou incidentes em - uma história. As<br />

duas relações reciprocáveis expressas pelo de e pelo em caracterizam a intriga como<br />

mediação entre acontecimentos e história narrada. (RICOEUR, 1994, p. 103)<br />

A passagem de mimese I para mimese II é feita através do estabelecimento<br />

de uma ordem sintagmática, feita a partir do eixo paradigmático, que é o eixo da<br />

ação. Mimese II está completamente ligada à questão do tempo conforme já foi dito<br />

anteriormente e isso especialmente a partir de dois aspectos: um cronológico e outro<br />

não-cronológico. O sentido cronológico estabelece uma ordem sucessória dos<br />

acontecimentos, enquanto que o não-cronológico dá a dimensão configurante<br />

propriamente dita, que possibilita transformar essa sucessão de acontecimentos em<br />

uma história. Para Ricoeur há um paradoxo na distentio-intentio que só a poética<br />

consegue converter e que advém justamente da capacidade da história de ser<br />

seguida pelo seu leitor.<br />

Finalmente, ainda sobre a questão de mimese II, admite-se a discussão do<br />

esquematismo, que nada mais é do que alguns pressupostos básicos que norteiam<br />

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