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D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...

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narrativa explora no limite essas possibilidades, daí o pouco valor do tempo<br />

cronológico.<br />

No capítulo terceiro, Ricoeur parte para a realidade do passado histórico.<br />

Dada a especificidade da matéria, salta-se para o quarto capítulo, em que se discute<br />

mundo do texto e mundo do leitor. Apesar do largo uso do termo referência,<br />

especialmente no tomo I, Ricoeur passa a adotar aplicação, segundo a<br />

nomenclatura utilizada por H. G. Gadamer. Claro que não se trata apenas de mera<br />

troca de palavras. O filósofo francês está preocupado sobretudo com o papel da<br />

aplicação na ficção: "Ä função da representância ou de lugar-tenência tem seu<br />

paralelo na função da ficção, que podemos dizer integralmente 'revelante e<br />

transformante relativamente à prática cotidiana; revelante, no sentido de que revela<br />

características dissimuladas, mas já delineadas no coração de nossa experiência<br />

práxica; transformante, no sentido de que uma vida assim examinada é uma vida<br />

mudada, uma vida diferente." (RICOEUR, 1997, p. 274).<br />

Estabelece-se uma diferença entre o autor real e o que Ricoeur denomina de<br />

autor implicado. Este cria uma relação com o leitor no texto produzido, relação<br />

sempre mediada pelo narrador e pelos personagens e passível de ser detectada<br />

pela crítica, mas não por um leitor desavisado. O autor implicado tem seu receptor<br />

não num mero leitor, mas num leitor implicado, que é o leitor real que segue ou<br />

percebe as instruções do texto.<br />

No quinto capítulo, que trata do entrecruzamento da história e da ficção, há<br />

um retorno à questão do papel do passado em narrativa. Ricoeur não vê como<br />

coerente a hipótese que defende a utilização do tempo passado como mero recurso<br />

de entrada na ficção. Para ele, é muito mais defensável a idéia de uma espécie de<br />

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