D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...
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É exatamente esse o caso, Noll chegou primeiro, mas admito que demorei<br />
alguns meses para saber por onde queria andar. Foi fácil demais descobrir que não<br />
queria lê-lo pelo viés do pós-modernismo. Já havia feito no ano de 96 uma disciplina<br />
que dedicou algum tempo a textos teóricos do pós-modernismo, achei tudo<br />
interessante e foi só. Depois descobri quatro dissertações que tratavam da obra de<br />
Noll e que tocavam, ora mais e ora menos, nessa linha de pensamento. Aí cansei!<br />
Queria outra janela, algo que me possibilitasse perceber o potencial dos livros que<br />
analisaria. Também precisava descobrir um veio que me fosse minimamente<br />
instigante, que me obrigasse a conhecer algo novo - novo para mim, é claro. Outro<br />
motivo que me afastava do pós-modernismo era um ponto de vista muito social em<br />
relação à literatura. O contexto era sempre muito enfatizado no que se referia a<br />
manifestações multiculturais e à história, o que de forma alguma tende a me<br />
desagradar, no entanto, havia mesmo uma certa canseira sobre esses assuntos<br />
depois de alguns anos de envolvimento em movimentos sindicais. Acho que eu<br />
buscava resgatar mais o indivíduo, principalmente numa obra em que o indivíduo<br />
pulsa de forma tão exacerbada.<br />
Nessa conjuntura, a escolha por Ricoeur e sua visão a respeito do papel do<br />
tempo na narrativa e o desse na própria vida, tornou-se quase natural, quase óbvia.<br />
Tudo já estava decidido quando veio o respaldo definitivo numa entrevista dada por<br />
Noll ao programa Metrópolis, da TV Cultura - no ar em 6 de agosto de 1997 -, em<br />
que falava justamente na busca de uma obra de caráter metafísico. Mais uma vez eu<br />
ouvia exatamente o que desejava ouvir no momento em que me predispunha a isso.<br />
De maneira alguma pretendo me valer da teoria de Ricoeur como quem se<br />
vale de um grande e incontestável modelo. Na verdade, não posso afirmar que<br />
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