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D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...

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pretenda contestar algo, seria um vôo para o qual não estou absolutamente<br />

preparada. O caso é que vejo a teoria do tempo na narrativa - e é da narrativa de<br />

ficção que tratarei, Ricoeur trabalha também com a histórica - como algo tão vasto,<br />

tão genérico e conseqüentemente tão aberto, que creio ser impossível uma<br />

aplicação direta e objetiva. Uma teoria que começa antes do texto, passa por ele e<br />

termina no leitor - se é que se pode falar em término e não num círculo ou numa<br />

espiral - precisa passar necessariamente por alguns recortes num estudo restrito<br />

como o que aqui se apresenta.<br />

Mas, afinal, qual a linha de pensamento adotada pelo filósofo francês?<br />

Ricoeur afirma que a narrativa tem um papel mediador porque ao se estruturar no<br />

tempo é que se torna compreensível - ou nas suas próprias palavras: "O mundo<br />

exibido por qualquer obra narrativa é sempre um mundo temporal. Ou, como será<br />

freqüentemente repetido nesta obra: o tempo torna-se tempo humano na medida em<br />

que está articulado de modo narrativo; em compensação, a narrativa é significativa<br />

na medida em que esboça os traços da experiência temporal." (RICOEUR, 1994, p.<br />

15). Essa idéia é diversas vezes retomada no transcorrer da obra e sem dúvida<br />

representa a síntese do pensamento que se busca elaborar. Antes mesmo de falar<br />

da narrativa propriamente dita, trata-se da questão do tempo via Santo Agostinho.<br />

No entanto, ao contrário do que talvez possa parecer num primeiro momento, não há<br />

qualquer preocupação em se resolver a questão da circularidade entre narrativa e<br />

temporalidade através do tempo, seja em Agostinho, Kant, Husserl, Heidegger ou<br />

qualquer outro filósofo. Porém, as explanações sobre o Livro XI são bastante úteis<br />

no que se refere a algumas questões: como é o caso fundamentalmente do tríplice<br />

presente. Agostinho via três presentes: o presente do passado, o presente do<br />

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