27.04.2013 Views

D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...

D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...

D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

contemporâneos, entre predecessores, e entre sucessores, segundo Alfred Schutz.<br />

Mas é a partir de Heidegger que se pode pensar nos agentes históricos como<br />

viventes que ocupam o lugar dos mortos: "Visada obliquamente, a morte o é, com<br />

efeito, no sentido de que a substituição das gerações é o eufemismo pelo qual<br />

significamos que os vivos tomam o íugar dos mortos, transformando todos nós, os<br />

vivos, em sobreviventes; graças a essa visada oblíqua, a idéia de geração lembra<br />

com insistência que a história é a história dos mortais." (RICOEUR, 1997, p. 194).<br />

Insistindo ainda um pouco mais na seqüência de gerações, também é<br />

possível falar nela como receptora de uma bagagem ou herança, que por sua vez<br />

sempre se abre para novas possibilidades. Não por acaso a palavra herança foi<br />

utilizada. Na verdade, tanto geração quanto herança podem fazer pensar em quanto<br />

é produtivo na obra de João Gilberto Noll a oposição de idades, ou seja, homens<br />

maduros e garotos, e o que isso possa render numa análise permeada pelo tempo.<br />

O segundo capítulo da segunda seção se refere à ficção e às variações<br />

imaginativas sobre o tempo. Destaca-se o comentário que Ricoeur faz a respeito da<br />

experiência irreal que os personagens Accionáis têm do tempo, visto que não é<br />

exigido nenhum vínculo com o tempo cronológico. Mas, note-se que é apenas e tão<br />

somente de tempo cronológico que se fala, pois o mundo do texto se relaciona em<br />

todos os seus momentos com o tempo vivido e isso é facilmente atestado pela<br />

presença constante em ficção de personagens históricos, acontecimentos datados e<br />

lugares reconhecíveis. No entanto, nada desse referenciai histórico dá caráter de<br />

verdade à ficção como acontece com a história.<br />

O filósofo francês lembra ainda que a literatura de ficção é o palco por<br />

excelência da intentio e da distentio agostiniana. De fato parece óbvio que a<br />

41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!