D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...
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passado fictício, no qual a narrativa de ficção imitaría o processo da narrativa<br />
histórica. Isso porque os acontecimentos relatados pela ficção são passados para a<br />
voz que os narra, exatamente como seria se esses acontecimentos tivessem de fato<br />
ocorrido. Não há dúvida que a discussão encerrada por esse parágrafo não diz<br />
respeito diretamente ao tema da dissertação aqui apresentada, no entanto, parece-<br />
me de um valor por enquanto inestimável a leitura empreendida por Ricoeur sobre a<br />
tênue linha que separa narrativa de ficção e narrativa histórica. Dada a importância<br />
que essa discussão assume na sua obra seria leviandade não citá-la.<br />
Sexto e sétimo capítulos não chamaram minha atenção de forma marcante: o<br />
sexto trata de Hegel e o sétimo da hermenêutica da consciência do tempo.<br />
Já nas conclusões, Ricoeur aponta a narrativa como a grande guardiã do<br />
tempo, "na medida em que só haveria tempo pensado quando narrado". Há também<br />
um novo retorno a Agostinho e Aristóteles. O primeiro, com seu tempo da alma, não<br />
leva em consideração o mundo onde está essa alma, enquanto que o segundo<br />
aposta tudo no movimento, desconsiderando a alma que o percebe. Na verdade,<br />
tanto Agostinho quanto Aristóteles não eram tão ingênuos a ponto de não saberem<br />
que a aima só poderia estar no mundo e que o movimento precisa ser percebido<br />
pela alma para que faça sentido. No entanto, ambos não resolveram essas aporias.<br />
É Heidegger que colocará pela primeira vez o ser-aí no mundo.<br />
Essa exposição das idéias de Ricoeur tem como objetivo maior situar o leitor<br />
no geral da sua obra e não necessariamente no todo. Sempre que possível foram<br />
apresentados aqueles pontos que pareceram mais pertinentes ao estudo sobre a<br />
análise dos romances de João Gilberto Noli, o que não implica dizer, obviamente,<br />
que tal análise se dará a partir de tudo o que foi apresentado. A teoria de Paul<br />
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