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D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...

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ser-para-a-morte, aproveitando algumas das idéias relacionadas ao tempo presente.<br />

Neste momento há uma aproximação, que me parece bastante plausível, entre a<br />

eternidade agostiniana e o ser-para-a-morte heideggeriano.<br />

Como se vê, todas essas questões temporais estão colocadas de maneira<br />

fortemente imbricadas e isso prejudica o estabelecimento de limites fixos entre as<br />

diversas partes que compõem este trabalho. Mesmo assim, buscou-se uma divisão<br />

mínima no desejo de facilitar a leitura.<br />

Por que A céu aberto?<br />

Por vários motivos, alguns bons, outros muito bons. Um motivo: obra intocada<br />

por uma crítica mais detida, por enquanto somente artigos de jornal, afinal, é o<br />

romance mais recente do escritor. Mais um: constante confronto com a morte, a<br />

guerra, a fragilidade da existência posta a nu. Além disso, o texto é arrojado do<br />

ponto de vista da elaboração de personagens. Se até aqui se tinham figuras sem<br />

nome, que se sustentavam apenas pela história que construíam em torno de si,<br />

neste momento isso é levado às últimas conseqüências. O autor cria um<br />

personagem, a do irmão-mulher do narrador, que não tem nome e que perde sua<br />

própria história no decorrer da narrativa para adquirir uma nova. Há também a perda<br />

de identidade do narrador, que a partir de determinado instante não sabe afirmar ao<br />

certo se o irmão teria existido ou se era obra sua, bem como vai percebendo pouco<br />

a pouco a sua semelhança cada vez maior com o comandante do navio em que foge<br />

do país de origem. Após a explanação da teoria de Ricoeur, creio que não há a<br />

menor dúvida que construção e destruição da memória têm tudo a ver com narrativa<br />

e com tempo. Afinal, memória é passado e passado é tempo.<br />

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