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D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...

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que não é público por si, mas que se torna público a partir de uma compreensão<br />

cotidiana: o relógio, por exemplo, auxilia nessa compreensão. Databilidade, lapso de<br />

tempo e tempo público contêm o germe da questão do tempo vulgar à qual se passa<br />

agora.<br />

Ricoeur não aprecia muito as colocações de Heidegger a respeito de tempo<br />

vulgar, inclusive a própria expressão. O filósofo alemão não leva em conta o<br />

conceito científico de tempo universal, o que seria precisamente o tempo vulgar.<br />

Admite-se que uma seqüência de "agoras" com intervalos pontuais e passíveis de<br />

serem medidos por relógios explica o tempo vulgar, mas não se menciona<br />

absolutamente nada a respeito do tempo universal. A seqüência de "agoras"<br />

encobre o tornar-presente e é assim que se pode dizer que o instrumento de medida<br />

oculta o tornar-presente, que em última instância foi o que tornou possível a medida.<br />

Ou seja, houve uma considerável inversão.<br />

Heidegger menciona também o tempo infinito e afirma que apagamos o ser-<br />

para-a-morte, marca fundamental da nossa finitude, para que vejamos ou<br />

acreditemos num tempo infinito.<br />

Ricoeur admite que Heidegger não escapa à aporia:<br />

Nâo se compreende como nem por que a historialidade das coisas de nosso Cuidado se<br />

libertaria da do próprio Cuidado, se o pólo mundo de nosso ser-no-mundo não desenvolvesse<br />

um tempo ele próprio poíarmente oposto ao tempo de nosso Cuidado, e se a rivalidade entre<br />

essas duas perspectivas sobre o tempo, enraizadas uma na mundanidade do mundo, a outra<br />

no 'a/* de nossa maneira de ser-no-mundo, não gerasse a aporia última da questão do tempo<br />

para o pensamento." (RICOEUR, 1997, p. 145).<br />

Mas nem tudo está perdido. A hierarquização do tempo em Heidegger tem<br />

seu valor e o que atesta isso é o fato de que a vida humana é ínfima se comparada<br />

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