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D - SANTOS, JOSALBA FABIANA DOS.pdf - Universidade Federal ...

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autêntica e chega a citar Sartre, que pensaria na morte como uma interrupção do<br />

nosso poder-ser.<br />

Em seguida passa-se para o capítulo da temporalização, que trata do por-vir,<br />

do ter-sido e do tornar-presente. Naturalmente essas expressões fazem pensar<br />

diretamente em Agostinho e mesmo em Husserl, mas é sempre bom lembrar que<br />

Heidegger não concentra sua análise no presente - ao menos por enquanto. Da<br />

temporalização salta-se à historialidade, que por sua vez não interessa<br />

profundamente para o estudo que aqui se apresenta, mas que deve ser preservada<br />

em algum de seus aspectos. Sem dúvida um desses aspectos diz respeito a relação<br />

entre futuro e passado:<br />

[. . .] não há impulso para o futuro que não faça um retorno sobre a condição de se achar já<br />

jogado no mundo. Ora, esse retorno sobre si não se limita a voltar às circunstâncias mais<br />

contingentes e mais extrínsecas de nossas escolhas iminentes. Ele consiste, de maneira<br />

mais essencial, em reapreender as potencialidades mais íntimas e mais permanentes<br />

mantidas em reserva no que parece constituir somente a ocasião contingente e extrínseca da<br />

ação. (RICOEUR, 1997, pp. 124-125).<br />

É como dizer que não há futuro se não houve passado, isto é, há de se ter-<br />

sido para se poder ser um por-vir. Na continuidade desse raciocínio, Heidegger vai<br />

levantar uma discussão sobre a herança, que seria nada mais nada menos do que<br />

eu mesmo me transmitindo para mim mesmo. Gostaria de destacar essa questão da<br />

herança, apesar de ser uma idéia de aplicação imediata à historialidade, que, no<br />

entanto, para o filósofo alemão também tem um aspecto individual e não apenas o<br />

tradicionalmente coletivo. Chamo a atenção para o fato de Ricoeur colocar em xeque<br />

essa transmissão do que sou somente para mim mesmo. Na verdade, o filósofo<br />

francês acha que Heidegger amarra mal esse ponto e que, portanto, posso<br />

transmitir-me a outro assim como outro pode ser transmitido a mim. Voltarei adiante<br />

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