You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
60<br />
Para a criação da campanha, a RBS fez várias reuniões com sua equipe de<br />
trabalho e com especialistas que trabalham na área da infância e<br />
juventude, tanto no Rio Grande do Sul, como em Santa Catarina para<br />
descobrir o tom da abordagem do tema. Por unanimidade foi escolhida<br />
uma linha de comunicação com o tom agradável, leve, que utilizava<br />
personagens que todos conhecem e que partia de elementos do imaginário<br />
de todo mundo e do inconsciente coletivo. De acordo com a equipe<br />
criadora da campanha, o Núcleo Marcelo Pires da Paim Comunicações,<br />
tudo começou não com um personagem, mas sim com uma frase, foi<br />
quando se percebeu que os seres humanos estão sendo tão monstruosos<br />
com os seus filhotes, que os verdadeiros monstros, se é que eles existem,<br />
poderiam estar indignados com os seres humanos. Foi então que esses<br />
monstros indignados se transformaram nos advogados das crianças e dos<br />
adolescentes. 25<br />
O caminho criativo escolhido para a linha de comunicação foi direcionado, a<br />
partir de exemplos de contos infantis, ao cunho pedagógico, tratando de educar os adultos<br />
malfeitores através de exemplos de personagens que, estereotipadamente, são vistos como<br />
maus nas histórias infantis. Desta forma, pelo caráter pedagógico, a ideologia dominante<br />
(como efeito ideológico elementar) estabelece-se pelos exemplos de maneiras adequadas de<br />
ser e, como uma cartilha moral e ética, de como os adultos devem se portar e agir.<br />
A partir destas colocações, o que nos interessa é dar uma continuidade ao que já<br />
fora dissertado no início deste trabalho: as questões sobre constituição, formulação e<br />
circulação do discurso, relativos ao seu processo de produção. Neste caso, o espaço<br />
institucional da propaganda faz parte da circulação da mesma.<br />
25<br />
(...) a importância da instância da circulação onde os dizeres são como se<br />
mostram. Os trajetos dos dizeres. E isto nos interessa pois, como<br />
procuraremos mostrar, os “meios” não são nunca neutros. Ou seja, os<br />
sentidos são como se constituem, como se formulam e como circulam (em<br />
que meios e de que maneira: escritos em uma faixa, sussurrados como<br />
boato, documento, carta, música etc). (ORLANDI, 2001, p. 12)<br />
http://www.clicrbs.com.br/cuidedascriancas/jsp/default.jsp?template=1824.dwt&uf=2&local=18&mnit=6#03<br />
em 20/03/2004