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texto - Unisul

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indicativamente, maltratam as crianças, devemos ler o <strong>texto</strong> para buscar a resposta. Este<br />

deslizamento de sentido pode ser considerado como uma quebra de paradigma que, ao<br />

“desconstruir” a idéia imaginária do mau, que acompanha a humanidade através destes<br />

estereótipos, designa as personagens a função de “juízes”, condenando os “homens” ao<br />

papel de “monstros” pelos atos de violência e maldade que exercem.<br />

Em relação à quebra de paradigmas, quando da transformação dos monstros<br />

maus em bons, podemos apontar Barthes, quando em seu O Prazer do Texto, remete-se à<br />

uma abordagem teórica sobre a redistribuição da linguagem, da seguinte maneira:<br />

68<br />

Como diz a teoria do <strong>texto</strong>: a linguagem é redistribuída. Ora, essa<br />

redistribuição se faz sempre por corte. Duas margens são traçadas: uma<br />

margem sensata, conforme, plagiaria (trata-se de copiar a língua em seu<br />

estado canônico, tal como foi fixada pela escola, pelo uso correto, pela<br />

literatura, pela cultura), e uma outra margem, móvel, vazia (apta a tomar<br />

não importa quais contornos) que nunca é mais do que o lugar de seu<br />

efeito (...). (p. 11, 12).<br />

Se pensarmos sobre estes aspectos dissertados por Barthes sobre o anúncio que<br />

estamos analisando, podemos dizer que há o repetível, o parafrástico (tratado na citação<br />

como a margem plagiária) e há a outra margem, a que, através do deslizamento do sentido<br />

assentado através das narrativas históricas dos contos de fadas, rompe com o molde<br />

ideológico através da rebeldia, da não aceitação, do avesso do que sempre foi considerado<br />

mau. Entre uma margem e outra, a força da desconstrução da ideologia através da narrativa<br />

verbal e não-verbal, satisfazem o conceito de que esta campanha publicitária produz um<br />

efeito de sentido que é caracterizado pela inversão de papéis, o que significa dizer que<br />

procura estabelecer um novo papel (inverso) aos monstros que foram, ideologicamente,<br />

construídos e sustentados pela história no imaginário universal.<br />

No momento em que o <strong>texto</strong> esclarece que quem maltrata as crianças são os<br />

adultos, e mais, os adultos que estão mais próximos a elas, parece que todo o imaginário

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