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texto - Unisul

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Podemos ver que a circulação é tratada como o suporte físico pelo qual os<br />

dizeres materializam-se. 26 As mídias e os veículos de comunicação são (re)conhecidos<br />

pelos seus sentidos construídos historicamente. Ou seja, já há um pré-construído em relação<br />

aos veículos de comunicação que os dizeres, ao ocuparem um espaço e materializarem-se<br />

nele, garantem e atualizam para si. Podemos dizer que há uma certa forma de se representar<br />

e de produzir um certo efeito de sentido em cada mídia, em cada veículo, em cada<br />

programa, em cada horário, etc. Há um efeito de autoria pronto para se produzir em cada<br />

caso.<br />

61<br />

No acontecimento discursivo que, no caso, é o jornal em circulação (que<br />

veicula a publicidade), já há o espaço institucional da propaganda, que<br />

nesse espaço produz seus efeitos legítimos. Mas, há, no entanto, autoria<br />

perceptível no nível enunciativo, já que há uma maneira singular e inédita<br />

do sujeito mobilizar sentidos do discurso publicitário, ao mesmo tempo<br />

que conserva os velhos sentidos e se garante neles. Esses são os<br />

elementos que caracterizam a autoria: a singularidade e o fechamento, o<br />

primeiro garantido pela diferença, e o segundo pelo repetível. (GALLO,<br />

2000, p. 68) 27<br />

Continuando a questão sobre a produção do discurso, pensar em sua<br />

constituição é partir do pressuposto de que existe um sujeito que é determinado<br />

ideologicamente. Ou seja, a constituição do dizer tem a ver com a memória, o interdiscurso.<br />

Mas, é claro que o dizer não pára somente no que já-está, no que já-continua-sendo, pois<br />

não haveria transformação de forma polissêmica possível somente dentro do repetível.<br />

Justamente porque a linguagem é viva, sujeita a transformações, é que sofre a todo o<br />

momento atualizações na forma do intradiscurso, ou seja, da formulação de sentidos.<br />

Formulamos quando nos colocamos na perspectiva do dizível.<br />

Teoricamente, e em termos bastante gerais, podemos dizer que a produção<br />

da linguagem se faz na articulação de dois grandes processos: o<br />

26 Quando apontar o dizer, gostaria de que fosse tratado em sua forma verbal e não-verbal. Caso necessite,<br />

durante este trabalho, priorizar algum em detrimento de outro, o farei de forma esclarecedora e pontual.<br />

27 Linguagem em (Dis)curso. Universidade do Sul de Santa Catarina. v.1, n.1, Tubarão: Ed. <strong>Unisul</strong>, 2000.

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