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texto - Unisul

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A chamada, que parte de dados concretos e informativos, seleciona o leitor<br />

através de uma abordagem racional e que, a partir desta, constrói o <strong>texto</strong> sobre o mesmo<br />

tema (maus-tratos às crianças), cumprindo com a sua USP (Unique Selling Proposition), ou<br />

seja, contemplando uma só proposição de vendas.<br />

Como este é o lançamento da campanha, notamos que, em cada personagem, há<br />

uma legenda que traz o seu nome e uma frase que se repete: “E eu, o Fulano de Tal, é que<br />

sou um monstro?”. A legenda, portanto, serviu como uma forma de uma primeira<br />

apresentação das personagens. Podemos traduzir este aspecto de inscrição denominativa<br />

como um suporte visual muito utilizado em cartilhas didáticas em que são usualmente<br />

compostas por figuras e, abaixo ou ao lado delas existe uma lacuna para que a criança<br />

denomine a imagem em questão. Mas, neste caso, além de servir para designar a<br />

personagem, a frase “e eu, fulano de tal, é que sou um monstro?”, tem como efeito um<br />

questionamento que se responde. Ou seja, a partir da pergunta levantada por cada uma<br />

delas, a resposta está subentendida, como se dissesse “eu me pareço como um monstro, mas<br />

não sou um monstro porque não sou responsável pelo que foi colocado na frase inicial deste<br />

anúncio”. Portanto, a resposta implícita na frase de cada personagem é relativa ao<br />

enunciado da chamada: “... a cada 8 minutos uma criança é vítima de abuso sexual no<br />

Brasil”.<br />

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(...) passamos a chamar o pré-construído: como, de fato, não ver agora,<br />

com base no que precede, que a imposição do ‘nome próprio’ constitui a<br />

forma em edição príncipe do efeito de pré-construído, que representa a<br />

modalidade discursiva na discrepância pela qual o indivíduo é interpelado<br />

em sujeito de seu discurso (aquilo por meio do qual ele diz: ‘Eu sou<br />

Fulano de Tal’) como ‘sempre-já’ sendo sujeito, isto é, a modalidade<br />

discursiva sob cujo domínio ele é produzido como causa de si, com seu<br />

mundo, seus objetos e seus sujeitos, mantendo a evidência de seus<br />

sentidos? (PÊCHEUX, 1988, P. 264).

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