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texto - Unisul

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matar, etc), e que serve para direcionar a narrativa para o assunto que será tratado. Após<br />

esta abertura, o Diabo assume para si a questão indicada no início dizendo que ele não<br />

comete este tipo de ato, mesmo sendo considerado mau nos contos infantis e, quem deve<br />

fazer isso é o Bicho-Papão. A partir daí, cada personagem citada como má pela personagem<br />

antecedente, argumenta de alguma forma que, pelo contrário, trata bem dos seus filhotes e<br />

segue apontando que a maldade está na próxima personagem citada. No final, todos as<br />

personagens cantam juntas, em uníssono: “por isso, vamos cantar, o amor é a melhor<br />

herança, cuide da criança”.<br />

No final, há o slogan seguido da assinatura da empresa, dita pela voz em off do<br />

locutor “O amor é a melhor herança. Cuide das crianças. Campanha RBS”.<br />

A partir deste primeiro exemplar da campanha, notamos que houve um<br />

deslocamento de sentido, através da inversão dos papéis dos monstros, retirados das<br />

histórias infantis. Neste primeiro momento, em que a campanha é apresentada ao leitor, a<br />

inversão dos papéis garante o caráter enigmático, através deste simulacro inicialmente<br />

instaurado nesta apresentação.<br />

77<br />

Embora múltipla em seus meios, a televisão – como outros instrumentos<br />

da mídia – produz uma homogeneização de seus fins. Isto mostra a<br />

diferença entre produtividade e criatividade: no processo criativo, no que<br />

diz respeito à linguagem, há um investimento no mesmo mas que desloca,<br />

desliza, trabalhando o diferente, a ruptura; no processo produtivo, ao<br />

contrário, não se trata de produzir a ruptura mas a quantidade, a reiteração<br />

do mesmo produzindo a ilusão do diferente, o variado. Pelo processo<br />

produtivo, o que temos é a variedade do mesmo em série. Não se sai do<br />

mesmo espaço dizível, se explora a sua variedade, as suas múltiplas<br />

formas de a-presentar-se. (ORLANDI, 2001, p. 179, 180).<br />

Desta forma, consideraremos que tanto os comerciais de televisão e os<br />

anúncios para jornal desta campanha publicitária trabalham com o processo criativo no que<br />

tange à linguagem, no sentido de inversão dos papéis dos monstrinhos; e com o processo

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