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contra a criança.<br />
O foco deste anúncio é sobre o tema da negligência como forma de violência<br />
A chamada do anúncio inicia com uma frase assertiva com o advérbio de<br />
afirmação “sim”, o que impõe, logo na abertura, um deslocamento de sentido, sem mesmo<br />
antes tê-lo construído. Ou seja, dá a parecer que já havia enunciações precedentes. Portanto,<br />
o efeito de sentido é que a Bruxa está respondendo sobre algo que alguém perguntou e que,<br />
portanto, mostra que este alguém está interessado no assunto. Este enunciado inicial é<br />
apresentado em primeira pessoa, onde a Bruxa fala de outras mães que não cuidam da<br />
higiene dos filhos e, em seguida, em tom reclamatório, faz entender que ela, sim, mesmo<br />
sendo a Bruxa Má, preocupa-se com a limpeza dos seus.<br />
Seguindo a chamada e a imagem, o <strong>texto</strong> do anúncio abriga algumas<br />
particularidades. A primeira, é que no <strong>texto</strong> que sustenta a chamada e a imagem, o sujeito<br />
(Bruxa) larga seu posto de sujeito na primeira pessoa do singular e dá um salto para a<br />
primeira pessoa do plural. Neste caso, aponta-se uma característica básica da persuasão<br />
publicitária, que é a de jogar com os pronomes pessoais. A partir de um exemplo seu (do<br />
eu, como primeira pessoa) e do “elas” (as mães), a Bruxa salta para o pronome pessoal na<br />
primeira pessoa do plural (nós). Falando através do “nós” (e não só do “eu”), a personagem<br />
abranda o grau de autoritarismo, o que garante um efeito de sentido desta terceira pessoa do<br />
plural que visa a inscrição do leitor no <strong>texto</strong>.<br />
e). Anúncio da Mula-Sem-Cabeça<br />
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