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O <strong>texto</strong> argumentativo inicia com um número que registra a quantidade de casos<br />
de violência por ano. Este tipo de abordagem indicativa, através de um percentual, tem<br />
como característica um elemento que vai além do teor informativo e, que, está presente<br />
basicamente ao discurso autoritário. Podemos traduzir este tipo de informação com duas<br />
expressões populares, como: “contra fatos não há argumentos” e/ou “os números não<br />
mentem, jamais”. Conforme Orlandi (2001):<br />
71<br />
Discurso autoritário: aquele em que a polissemia é contida, o referente<br />
está apagado pela relação de linguagem que se estabelece e o locutor se<br />
coloca como agente exclusivo, apagando também sua relação com o<br />
interlocutor. (p. 86)<br />
Podemos também notar o grau de autoritarismo deste discurso quando<br />
observamos que o <strong>texto</strong> é todo trabalhado de forma a colocar uma informação e questionar<br />
o leitor sobre o que fora colocado e, em seguida, responder a questão levantada. Vimos isso<br />
como uma forma autoritária “disfarçada” porque, ao questionar o leitor sobre algo, em<br />
seguida o <strong>texto</strong> já responde o que questionou. Desta forma, o trabalho realizado através do<br />
uso dos questionamentos não é um trabalho democrático, em que serve para se pensar e se<br />
responder – é meramente uma maneira que encontrou de passar as informações que<br />
pretendia. Abaixo, tentamos representar graficamente estes elementos constitutivos do<br />
<strong>texto</strong>.<br />
ENUNCIADOS<br />
DADOS<br />
INFORMATIVOS<br />
1° São 65.700 casos de<br />
violência por ano. E,<br />
infelizmente, a<br />
maioria destes casos<br />
acorre dentro de<br />
casa: é violência<br />
QUESTIONAMENTOS<br />
AO LEITOR<br />
Números difíceis de<br />
aceitar?<br />
RESPOSTA<br />
Pois são mais<br />
difíceis do que você<br />
imagina.