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filhos. Pode ser a mãe, os avós, os padrinhos, os amigos, os vizinhos, a professora. Ou, em<br />
último caso, o Conselho Tutelar de sua região.<br />
ANÁLISE DO ANÚNCIO: Este anúncio, diferente dos demais que analisamos<br />
até agora, não abre com dados quantitativos, baseados em estatísticas sobre a violência<br />
contra as crianças e adolescentes no Brasil. O que nos traz, logo de início, é relativo a uma<br />
situação que favorece as agressões das crianças pelos adultos: o alcoolismo do qual sofre<br />
um ente adulto da família (aqui, no caso, na figura paterna) e que acaba gerando agressões<br />
físicas aos filhos.<br />
A abertura do <strong>texto</strong>, mais especificamente nas duas primeiras frases, sugere uma<br />
cena enunciativa genérica, que dá continuidade à chamada. Após essa generalização sobre o<br />
malefício da bebida, associado a questão de violência contra os filhos, a ordenação textual<br />
segue, exatamente, conforme a dos anúncios já analisados, e parte para uma aproximação<br />
maior com o leitor, responsabilizando-o pela ajuda que “deve” providenciar quando ciente<br />
da maldade anunciada anteriormente. Mas é fundamental que todos nós ajudemos as<br />
crianças que sofrem com pais violentos. Se um pai está fora de si, alguém precisa<br />
interceder pelos filhos. Pode ser a mãe, os avós, os padrinhos, os amigos, os vizinhos, a<br />
professora. Ou, em último caso, o Conselho Tutelar de sua região.<br />
O enunciado final deste anúncio atenta para uma situação nova em relação aos<br />
outros: o surgimento de uma instituição (Conselho Tutelar) que é apresentada como<br />
moralmente legal e que deve ser acionada como um suporte jurídico para resolver (“em<br />
último caso”- como uma escala argumentativa hierárquica) as questões que, a mãe, os avós,<br />
os padrinhos, os amigos, a professora não conseguiram solucionar.<br />
“Ou, em último caso, o Conselho Tutelar de sua região”.<br />
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