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Coletânea de Jurisprudência do STF em Temas Penais

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paciente com a viatura militar. Imputação <strong>de</strong> <strong>do</strong>lo eventual. Agente civil.<br />

Inocorrência <strong>de</strong> crime militar. Interpretação estrita da função <strong>de</strong> natureza<br />

militar. Excepcionalida<strong>de</strong> da justiça castrense para o julgamento <strong>de</strong> civis <strong>em</strong><br />

t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> paz. Ao contrário <strong>do</strong> entendimento <strong>do</strong> Superior Tribunal Militar, é<br />

excepcional a competência da Justiça Castrense para o julgamento <strong>de</strong> civis,<br />

<strong>em</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> paz. A tipificação da conduta <strong>de</strong> agente civil como crime militar<br />

está a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong> ‘intuito <strong>de</strong> atingir, <strong>de</strong> qualquer mo<strong>do</strong>, a Força, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

impedir, frustrar, fazer malograr, <strong>de</strong>smoralizar ou ofen<strong>de</strong>r o militar ou o evento<br />

ou situação <strong>em</strong> que este esteja <strong>em</strong>penha<strong>do</strong>’ (CC 7.040, da relatoria <strong>do</strong> ministro<br />

Carlos Velloso). O cometimento <strong>do</strong> <strong>de</strong>lito militar por agente civil <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

paz se dá <strong>em</strong> caráter excepcional. Tal cometimento se traduz <strong>em</strong> ofensa<br />

àqueles bens jurídicos tipicamente associa<strong>do</strong>s à função <strong>de</strong> natureza militar:<br />

<strong>de</strong>fesa da Pátria, garantia <strong>do</strong>s po<strong>de</strong>res constitucionais, da Lei e da or<strong>de</strong>m (art.<br />

142 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral). No caso, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> as vítimas estar<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

serviço no momento da colisão <strong>do</strong>s veículos, nada há na <strong>de</strong>núncia que revele a<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong> paciente <strong>de</strong> se voltar contra as Forças Armadas, tampouco a <strong>de</strong><br />

impedir a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eventual operação militar ou ativida<strong>de</strong> genuinamente<br />

castrense." (HC 86.216, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento <strong>em</strong> 19-2-08, 1ª<br />

Turma, DJE <strong>de</strong> 24-10-08)<br />

"Garantia constitucional <strong>de</strong> fundamentação das <strong>de</strong>cisões judiciais. Artigo 118, §<br />

3º, <strong>do</strong> Regimento Interno <strong>do</strong> Superior Tribunal Militar. A garantia constitucional<br />

estatuída no artigo 93, inciso IX, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, segun<strong>do</strong> a qual todas<br />

as <strong>de</strong>cisões judiciais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser fundamentadas, é exigência inerente ao<br />

Esta<strong>do</strong> D<strong>em</strong>ocrático <strong>de</strong> Direito e, por outro, é instrumento para viabilizar o<br />

controle das <strong>de</strong>cisões judiciais e assegurar o exercício <strong>do</strong> direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. A<br />

<strong>de</strong>cisão judicial não é um ato autoritário, um ato que nasce <strong>do</strong> arbítrio <strong>do</strong><br />

julga<strong>do</strong>r, daí a necessida<strong>de</strong> da sua apropriada fundamentação. A lavratura <strong>do</strong><br />

acórdão dá conseqüência à garantia constitucional da motivação <strong>do</strong>s julga<strong>do</strong>s."<br />

(RE 540.995, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento <strong>em</strong> 19-2-08, 1ª Turma,<br />

DJE <strong>de</strong> 2-5-08). No mesmo senti<strong>do</strong>: RE 575.144, Rel. Min. Ricar<strong>do</strong><br />

Lewan<strong>do</strong>wski, julgamento <strong>em</strong> 11-12-08, Plenário, DJE <strong>de</strong> 20-2-09.<br />

"Evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> que o Ministério Público requereu a extinção da punibilida<strong>de</strong><br />

quanto ao crime <strong>de</strong> peculato culposo, pela reparação <strong>do</strong> dano, e não <strong>em</strong><br />

relação ao <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> peculato-furto, a correção <strong>de</strong>sse erro material não<br />

configura, conforme entendimento pacifica<strong>do</strong> nesta Corte, ofensa à coisa<br />

julgada. De mais a mais, a reparação <strong>do</strong> dano só é causa <strong>de</strong> extinção da<br />

punibilida<strong>de</strong> no peculato culposo (CPM, art. 303, §§ 3º e 4º), não no peculatofurto<br />

(CPM, art. 303, § 2º)." (HC 90.012, Rel. Min. Eros Grau, julgamento <strong>em</strong> 6-<br />

2-07, 2ª Turma, DJ <strong>de</strong> 30-3-07)<br />

"Aplica-se à justiça militar, por força <strong>do</strong> que dispõe o art. 3º, a, <strong>do</strong> CPPM, a<br />

orientação firmada pela Corte no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que, a partir da edição da Lei<br />

9.271/96, que incluiu o § 4º ao art. 370 <strong>do</strong> CPP, os <strong>de</strong>fensores nomea<strong>do</strong>s,<br />

<strong>de</strong>ntre os quais se inclui o <strong>de</strong>fensor dativo, passaram também a possuir a<br />

prerrogativa da intimação pessoal. Com base nesse entendimento, a Turma<br />

<strong>de</strong>feriu habeas corpus para, mantida a con<strong>de</strong>nação penal, <strong>de</strong>sconstituir a<br />

certidão <strong>de</strong> trânsito <strong>em</strong> julga<strong>do</strong> e assegurar ao paciente o direito <strong>de</strong> ver<br />

pessoalmente intima<strong>do</strong> o seu <strong>de</strong>fensor dativo para que este possa, queren<strong>do</strong>,<br />

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