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Coletânea de Jurisprudência do STF em Temas Penais

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"A litispendência, por se encaixar no conceito <strong>de</strong> pressuposto processual, po<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>cretada <strong>de</strong> ofício, sob pena <strong>de</strong> violação <strong>do</strong> princípio <strong>do</strong> non bis in<br />

i<strong>de</strong>m." (HC 83.795, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento <strong>em</strong> 25-5-04, 1ª<br />

Turma, DJ <strong>de</strong> 6-8-04)<br />

"Para a teoria mo<strong>de</strong>rna – que dá realce primacial aos princípios da<br />

necessida<strong>de</strong> da incriminação e da lesivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> fato criminoso – o cuidar-se <strong>de</strong><br />

crime <strong>de</strong> mera conduta – no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> não se exigir à sua configuração um<br />

resulta<strong>do</strong> material exterior à ação – não implica admitir sua existência<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> lesão efetiva ou potencial ao b<strong>em</strong> jurídico tutela<strong>do</strong> pela<br />

incriminação da hipótese <strong>de</strong> fato. É raciocínio que se funda <strong>em</strong> axiomas da<br />

mo<strong>de</strong>rna teoria geral <strong>do</strong> Direito Penal; para o seu acolhimento, convém frisar,<br />

não é necessário, <strong>de</strong> logo, acatar a tese mais radical que erige a exigência da<br />

ofensivida<strong>de</strong> a limitação <strong>de</strong> raiz constitucional ao legisla<strong>do</strong>r, <strong>de</strong> forma a<br />

proscrever a legitimida<strong>de</strong> da criação por lei <strong>de</strong> crimes <strong>de</strong> perigo abstrato ou<br />

presumi<strong>do</strong>: basta, por ora, aceitá-los como princípios gerais cont<strong>em</strong>porâneos<br />

da interpretação da lei penal, que hão <strong>de</strong> prevalecer s<strong>em</strong>pre que a regra<br />

incrimina<strong>do</strong>ra os comporte." (RHC 81.057, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,<br />

julgamento <strong>em</strong> 25-5-04, 1ª Turma, DJ <strong>de</strong> 29-4-05)<br />

"O <strong>STF</strong>, por seu plenário, rejeitou a tese <strong>do</strong> promotor natural, porque<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> interposição legislativa (HC 67.759, rel. Min. Celso <strong>de</strong> Mello, DJ<br />

01.07.93)." (RE 387.974, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento <strong>em</strong> 14-10-03, 2ª<br />

Turma, DJ <strong>de</strong> 26-3-04)<br />

“Objeção <strong>de</strong> princípio – <strong>em</strong> relação à qual houve reserva <strong>de</strong> Ministros <strong>do</strong><br />

Tribunal – à tese aventada <strong>de</strong> que à garantia constitucional da<br />

inadmissibilida<strong>de</strong> da prova ilícita se possa opor, com o fim <strong>de</strong> dar-lhe<br />

prevalência <strong>em</strong> nome <strong>do</strong> princípio da proporcionalida<strong>de</strong>, o interesse público na<br />

eficácia da repressão penal <strong>em</strong> geral ou, <strong>em</strong> particular, na <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />

crimes: é que, aí, foi a Constituição mesma que pon<strong>de</strong>rou os valores<br />

contrapostos e optou – <strong>em</strong> prejuízo, se necessário da eficácia da persecução<br />

criminal – pelos valores fundamentais, da dignida<strong>de</strong> humana, aos quais serve<br />

<strong>de</strong> salvaguarda a proscrição da prova ilícita: <strong>de</strong> qualquer sorte – salvo <strong>em</strong><br />

casos extr<strong>em</strong>os <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> inadiável e incontornável – a pon<strong>de</strong>ração <strong>de</strong><br />

quaisquer interesses constitucionais oponíveis à inviolabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>do</strong>micílio<br />

não compete a posteriori ao juiz <strong>do</strong> processo <strong>em</strong> que se pretenda introduzir ou<br />

valorizar a prova obtida na invasão ilícita, mas sim àquele a qu<strong>em</strong> incumbe<br />

autorizar previamente a diligência.” (HC 79.512, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,<br />

julgamento <strong>em</strong> 16-12-99, Plenário, DJ <strong>de</strong> 16-5-03)<br />

“Ilicitu<strong>de</strong> da prova. Inadmissibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua produção <strong>em</strong> juízo (ou perante<br />

qualquer instância <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r) – Ini<strong>do</strong>neida<strong>de</strong> jurídica da prova resultante <strong>de</strong><br />

transgressão estatal ao regime constitucional <strong>do</strong>s direitos e garantias<br />

individuais. A ação persecutória <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, qualquer que seja a instância <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r perante a qual se instaure, para revestir-se <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong><br />

apoiar-se <strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos probatórios ilicitamente obti<strong>do</strong>s, sob pena <strong>de</strong> ofensa à<br />

garantia constitucional <strong>do</strong> due process of law, que t<strong>em</strong>, no <strong>do</strong>gma da<br />

inadmissibilida<strong>de</strong> das provas ilícitas, uma <strong>de</strong> suas mais expressivas projeções<br />

concretiza<strong>do</strong>ras no plano <strong>do</strong> nosso sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> direito positivo. A Exclusionary<br />

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