19.06.2013 Views

Coletânea de Jurisprudência do STF em Temas Penais

Coletânea de Jurisprudência do STF em Temas Penais

Coletânea de Jurisprudência do STF em Temas Penais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

azoabilida<strong>de</strong> e o art. 5º da CF – v. Informativo 541. Observou-se, inicialmente,<br />

que a questão estaria <strong>em</strong> saber se seria, ou não, admissível a progressão <strong>de</strong><br />

regime para réus estrangeiros não resi<strong>de</strong>ntes no país e que tal indagação<br />

r<strong>em</strong>eteria logo ao disposto no art. 5º, caput, da CF (...). Ressaltou-se que, <strong>em</strong><br />

princípio, pareceria que a norma excluiria <strong>de</strong> sua tutela os estrangeiros não<br />

resi<strong>de</strong>ntes no país, porém, numa análise mais <strong>de</strong>tida, esta não seria a leitura<br />

mais a<strong>de</strong>quada, sobretu<strong>do</strong> porque a garantia <strong>de</strong> inviolabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s direitos<br />

fundamentais da pessoa humana não comportaria exceção baseada <strong>em</strong><br />

qualificação subjetiva puramente circunstancial. Tampouco se compreen<strong>de</strong>ria<br />

que, s<strong>em</strong> razão perceptível, o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ixasse <strong>de</strong> resguardar direitos inerentes<br />

à dignida<strong>de</strong> humana das pessoas as quais, <strong>em</strong>bora estrangeiras e s<strong>em</strong><br />

<strong>do</strong>micílio no país, se encontrariam sobre o império <strong>de</strong> sua soberania.” (HC<br />

97.147, Rel. p/ o ac. Min. Cezar Peluso, julgamento <strong>em</strong> 4-8-09, 2ª Turma,<br />

Informativo 554)<br />

"O direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa constitui pedra angular <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> proteção <strong>do</strong>s direitos<br />

individuais e materializa uma das expressões <strong>do</strong> princípio da dignida<strong>de</strong> da<br />

pessoa humana" (HC 89.176, Rel. Min. Gilmar Men<strong>de</strong>s, julgamento <strong>em</strong> 22-8-<br />

06, 2ª Turma, DJ <strong>de</strong> 22-9-06)<br />

"A duração prolongada, abusiva e irrazoável da prisão cautelar <strong>de</strong> alguém<br />

ofen<strong>de</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> frontal, o postula<strong>do</strong> da dignida<strong>de</strong> da pessoa humana, que<br />

representa – consi<strong>de</strong>rada a centralida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse princípio essencial (CF, art. 1º,<br />

III) – significativo vetor interpretativo, verda<strong>de</strong>iro valor-fonte que conforma e<br />

inspira to<strong>do</strong> o or<strong>de</strong>namento constitucional vigente <strong>em</strong> nosso País e que traduz,<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> expressivo, um <strong>do</strong>s fundamentos <strong>em</strong> que se assenta, entre nós, a<br />

or<strong>de</strong>m republicana e <strong>de</strong>mocrática consagrada pelo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> direito<br />

constitucional positivo." (HC 85.237, Rel. Min. Celso <strong>de</strong> Mello, julgamento <strong>em</strong><br />

17-3-05, Plenário, DJ <strong>de</strong> 29-4-05). No mesmo senti<strong>do</strong>: HC 95.634, Rel. Min.<br />

Ellen Gracie, julgamento <strong>em</strong> 2-6-09, 2ª Turma, DJE <strong>de</strong> 19-6-09; HC 95.492,<br />

Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento <strong>em</strong> 10-3-09, 2ª Turma, DJE <strong>de</strong> 8-5-09.<br />

Princípio da Insignificância<br />

“Para a incidência <strong>do</strong> princípio da insignificância, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser releva<strong>do</strong>s o valor<br />

<strong>do</strong> objeto <strong>do</strong> crime e os aspectos objetivos <strong>do</strong> fato, tais como, a mínima<br />

ofensivida<strong>de</strong> da conduta <strong>do</strong> agente, a ausência <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong> social da<br />

ação, o reduzi<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> reprovabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> comportamento e a<br />

inexpressivida<strong>de</strong> da lesão jurídica causada. No caso <strong>do</strong>s autos, <strong>em</strong> que foi<br />

subtraída quantia superior à <strong>do</strong> salário-mínimo e o <strong>de</strong>lito foi pratica<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

estabelecimento militar, não é <strong>de</strong> se <strong>de</strong>sconhecer a presença da ofensivida<strong>de</strong> e<br />

da reprovabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong> Paciente. Para o reconhecimento <strong>de</strong><br />

furto privilegia<strong>do</strong>, o Código Penal Militar exige que os bens subtraí<strong>do</strong>s sejam<br />

restituí<strong>do</strong>s à vítima. Na espécie vertente esse fato não ocorreu, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>se<br />

que os bens foram apreendi<strong>do</strong>s.” (HC 99.207, Rel. Min. Cármen Lúcia,<br />

julgamento <strong>em</strong> 24-11-09, 1ª Turma, DJE <strong>de</strong> 18-12-09)<br />

229

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!