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Coletânea de Jurisprudência do STF em Temas Penais

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450). As condutas atribuídas aos recorri<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> tese, violam bens jurídicos que<br />

extrapolam os limites da liberda<strong>de</strong> individual e da saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res<br />

reduzi<strong>do</strong>s à condição análoga à <strong>de</strong> escravos, malferin<strong>do</strong> o princípio da<br />

dignida<strong>de</strong> da pessoa humana e da liberda<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalho. Entre os prece<strong>de</strong>ntes<br />

nesse senti<strong>do</strong>, refiro-me ao RE 480.138/RR, rel. Min. Gilmar Men<strong>de</strong>s, DJ<br />

24.04.2008; RE 508.717/PA, rel. Min. Cármen Lúcia, DJ 11.04.2007.” (RE<br />

541.627, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento <strong>em</strong> 14-10-08, 2ª Turma, DJE <strong>de</strong><br />

21-11-08)<br />

"Esta Corte já teve oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apreciar matéria s<strong>em</strong>elhante, relacionada à<br />

possível frau<strong>de</strong> à licitação envolven<strong>do</strong> verbas fe<strong>de</strong>rais, sujeitas à fiscalização<br />

pelo Tribunal <strong>de</strong> Contas da União. Tratava-se <strong>de</strong> possível frau<strong>de</strong> <strong>em</strong> licitações<br />

com <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> verbas provenientes <strong>do</strong> FUNDEF, <strong>do</strong> FNDE e <strong>do</strong> FPM, <strong>em</strong> que<br />

se reconheceu interesse da União a ser preserva<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a<br />

competência da Justiça Fe<strong>de</strong>ral para processar e julgar os crimes contra esse<br />

interesse (HC n. 80.867/PI, <strong>de</strong> minha relatoria, 1ª Turma, DJ <strong>de</strong> 12-04-02).<br />

Concluo no senti<strong>do</strong> da correção <strong>do</strong> julga<strong>do</strong> da Corte local, ao confirmar <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong>clinatória <strong>em</strong> favor da justiça fe<strong>de</strong>ral. No caso, haven<strong>do</strong> concurso <strong>de</strong> crimes,<br />

a competência da justiça fe<strong>de</strong>ral também alcançará os fatos supostamente<br />

criminosos que foram pratica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> conexão com aqueles <strong>de</strong> competência da<br />

justiça fe<strong>de</strong>ral." (RE 464.621, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento <strong>em</strong> 14-10-08,<br />

2ª Turma, DJE <strong>de</strong> 21-11-08)<br />

"Conflito aparente <strong>de</strong> normas entre o art. 96, III, e o art. 108, I, a, cc. 128, I, d,<br />

to<strong>do</strong>s da CF. Aplicação <strong>do</strong> princípio da especialida<strong>de</strong>. Prece<strong>de</strong>ntes. (...) Não<br />

cabe a Juízo da Justiça estadual, mas a Tribunal Regional Fe<strong>de</strong>ral, conhecer<br />

<strong>de</strong> pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> habeas corpus contra ato <strong>de</strong> m<strong>em</strong>bro <strong>do</strong> Ministério Público<br />

Fe<strong>de</strong>ral." (RE 377.356, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento <strong>em</strong> 7-10-08, 2ª<br />

Turma, DJE <strong>de</strong> 28-11-08)<br />

"Decisão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sm<strong>em</strong>bramento <strong>do</strong> processo. Ação penal originária. Razoável<br />

duração <strong>do</strong> processo. Art. 80, CPP. Improvimento. Trata-se <strong>de</strong> agravo<br />

regimental interposto contra <strong>de</strong>cisão monocrática que <strong>de</strong>terminou a separação<br />

<strong>do</strong> processo relativamente aos <strong>de</strong>mais acusa<strong>do</strong>s, manten<strong>do</strong> apenas <strong>em</strong><br />

relação ao parlamentar que t<strong>em</strong> prerrogativa <strong>de</strong> foro. O art. 129, I, da<br />

Constituição da República, atribui ao Ministério Público, com exclusivida<strong>de</strong>, a<br />

função <strong>de</strong> promover a ação penal pública (incondicionada ou condicionada à<br />

representação ou requisição) e, para tanto, é necessária a formação da opinio<br />

<strong>de</strong>licti. Como já pontuou o Min. Celso <strong>de</strong> Mello, ‘a formação da opinio <strong>de</strong>licti<br />

compete, exclusivamente, ao Ministério Público, <strong>em</strong> cujas funções institucionais<br />

se insere, por consciente opção <strong>do</strong> legisla<strong>do</strong>r constituinte, o próprio monopólio<br />

da ação penal pública (CF, art. 129, I). Dessa posição <strong>de</strong> autonomia jurídica <strong>do</strong><br />

Ministério Público, resulta a possibilida<strong>de</strong>, plena, <strong>de</strong>, até mesmo, não oferecer<br />

a própria <strong>de</strong>núncia’ (HC 68.242/DF, 1ª Turma, DJ 15-3-1991). Apenas o órgão<br />

<strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> Ministério Público <strong>de</strong>tém a opinio <strong>de</strong>licti a partir da qual é<br />

possível, ou não, instrumentalizar a persecução criminal (Inq-QO 2.341/MT, rel.<br />

Min. Gilmar Men<strong>de</strong>s, Pleno, DJ 17-8-2007). Esta Corte v<strong>em</strong> se orientan<strong>do</strong> no<br />

senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> admitir a separação <strong>do</strong> processo com base na conveniência da<br />

instrução e na racionalização <strong>do</strong>s trabalhos (AP 336-AGR, rel. Min. Carlos<br />

Velloso, DJ 10-12-2004; AP 351, rel. Min. Marco Aurélio, DJ 17-9-2004). No<br />

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