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Coletânea de Jurisprudência do STF em Temas Penais

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quanto às absolutas – impediria a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> invalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s atos<br />

processuais que não ocasionaram prejuízos às partes. O STJ mantivera esse<br />

entendimento e <strong>de</strong>stacara que a falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> postulatória só implicaria<br />

nulida<strong>de</strong>, se comprovada a <strong>de</strong>ficiência técnica na <strong>de</strong>fesa, o que não ocorrera<br />

nos autos. A impetração reiterava que a ausência <strong>do</strong> menciona<strong>do</strong> pressuposto<br />

processual à época da ação penal teria causa<strong>do</strong> sim prejuízos à paciente,<br />

porquanto ela fora con<strong>de</strong>nada e recolhida à prisão, sen<strong>do</strong> afastada <strong>do</strong> convívio<br />

<strong>de</strong> seus familiares, b<strong>em</strong> como per<strong>de</strong>ra seus direitos políticos e <strong>em</strong>prego.<br />

Consi<strong>de</strong>rou-se, não obstante o rigor <strong>do</strong> art. 4º <strong>do</strong> Estatuto da OAB (...) e <strong>do</strong><br />

Enuncia<strong>do</strong> 523 da Súmula <strong>do</strong> <strong>STF</strong> (...), que a <strong>de</strong>fesa não conseguira<br />

comprovar, na espécie, a presença <strong>de</strong> constrangimento ilegal a ferir direito da<br />

paciente n<strong>em</strong> ilegalida<strong>de</strong> ou abuso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r a ensejar a concessão da or<strong>de</strong>m,<br />

especialmente porque os po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> representação judicial outorga<strong>do</strong>s ao<br />

advoga<strong>do</strong>, ainda que licencia<strong>do</strong> da OAB, foram ampla e livr<strong>em</strong>ente por ela<br />

conferi<strong>do</strong>s por instrumento <strong>de</strong> procuração. Enfatizou-se não existir prova <strong>de</strong><br />

que a paciente não conhecesse a condição <strong>do</strong> patrono constituí<strong>do</strong> e assinalouse<br />

a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>ssa prova na via eleita. A<strong>de</strong>mais,<br />

mencionou-se que o princípio da falta <strong>de</strong> interesse, tal como estabeleci<strong>do</strong> na 1ª<br />

parte <strong>do</strong> art. 565 <strong>do</strong> CPP, não admite argüição da nulida<strong>de</strong> por qu<strong>em</strong> tenha<br />

da<strong>do</strong> causa ou concorri<strong>do</strong> para a existência <strong>do</strong> vício. Registrou-se que fora<br />

b<strong>em</strong> realça<strong>do</strong> pela Corte local que o causídico não conseguira inocentar a<br />

paciente, mas daí não se po<strong>de</strong>ria afirmar não ter havi<strong>do</strong> <strong>de</strong>fesa técnica eficaz.<br />

Por fim, aduziu que a situação resolver-se-ia, caso a paciente não tivesse<br />

conhecimento da circunstância, noutra esfera jurídica, <strong>em</strong> ação <strong>de</strong><br />

in<strong>de</strong>nização." (HC 99.457, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento <strong>em</strong> 13-10-09, 1ª<br />

Turma, Informativo 563). Vi<strong>de</strong>: HC 97.062, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento<br />

<strong>em</strong> 31-3-09, 2ª Turma, DJE <strong>de</strong> 24-4-09.<br />

“A Turma in<strong>de</strong>feriu habeas corpus <strong>em</strong> que con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s pela prática <strong>do</strong> crime <strong>de</strong><br />

porte ilegal <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo (Lei 10.826/2003, art. 16, parágrafo único, IV)<br />

sustentavam a nulida<strong>de</strong> da perícia técnica efetuada na arma <strong>de</strong> fogo, da<strong>do</strong> que<br />

o lau<strong>do</strong> fora firma<strong>do</strong> por pessoas s<strong>em</strong> a qualificação necessária para a sua<br />

realização. Enten<strong>de</strong>u-se que a eventual nulida<strong>de</strong> <strong>do</strong> exame pericial da arma,<br />

por si só, não afastaria a caracterização <strong>do</strong> <strong>de</strong>lito <strong>em</strong> questão. Ressaltou-se,<br />

por oportuno, que, no presente caso, a pistola apreendida estava municiada e<br />

que o lau<strong>do</strong> pericial – ainda que não tivesse informa<strong>do</strong> se os peritos nomea<strong>do</strong>s<br />

para o exame possuíam diploma <strong>de</strong> curso superior – concluíra que a arma se<br />

mostrara eficaz para produzir disparos.” (HC 98.306, Rel. Min. Ellen Gracie,<br />

julgamento <strong>em</strong> 29-9-09, 2ª Turma, DJE <strong>de</strong> 20-11-09). Vi<strong>de</strong>: HC 94.881, Rel.<br />

Min. Cármen Lúcia, julgamento <strong>em</strong> 28-10-08, 1ª Turma, Informativo 526.<br />

“É nula a sentença que, ao con<strong>de</strong>nar o réu por crime <strong>de</strong> tráfico<br />

<strong>de</strong> entorpecentes, não <strong>de</strong>monstra, na motivação, a coexistência <strong>do</strong>s el<strong>em</strong>entos<br />

<strong>do</strong> tipo.” (HC 89.129, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento <strong>em</strong> 8-9-09, 2ª Turma,<br />

DJE <strong>de</strong> 20-11-09)<br />

“É nulo o processo penal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a intimação <strong>do</strong> réu que não se fez na pessoa<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>fensor público que o assiste na causa.” (HC 98.905, Rel. Min. Cezar<br />

Peluso, julgamento <strong>em</strong> 8-9-09, 2ª Turma, DJE <strong>de</strong> 16-10-09). Vi<strong>de</strong>: HC 72.204,<br />

Rel. Min. Celso <strong>de</strong> Mello, julgamento <strong>em</strong> 15-8-95,1ª Turma, DJ <strong>de</strong> 24-8-07.<br />

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