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Coletânea de Jurisprudência do STF em Temas Penais

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acusatória, ressaltou exatamente o oposto: a presença <strong>de</strong> indícios robustos<br />

tanto <strong>de</strong> autoria quanto <strong>de</strong> materialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>litiva. Pelo que não é <strong>de</strong> se ter<br />

como carece<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> fundamento a <strong>de</strong>cisão adversada.” (HC 100.908, Rel. Min.<br />

Carlos Britto, julgamento <strong>em</strong> 24-11-09, 1ª Turma, DJE <strong>de</strong> 5-2-10)<br />

“Se a peça acusatória <strong>de</strong>screve fatos, que <strong>em</strong> tese constitu<strong>em</strong> <strong>de</strong>lito, e aponta<br />

indícios, ainda que mínimos, <strong>de</strong> que os acusa<strong>do</strong>s são responsáveis pela<br />

conduta criminosa a eles imputada, o recebimento da <strong>de</strong>núncia com o<br />

consequente prosseguimento da persecutio criminis é <strong>de</strong> rigor.” (Inq 2.312, Rel.<br />

Min. Ricar<strong>do</strong> Lewan<strong>do</strong>wski, julgamento <strong>em</strong> 19-11-09, Plenário, DJE <strong>de</strong> 18-12-<br />

09)<br />

“No caso, a <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong>screveu, suficient<strong>em</strong>ente, os fatos supostamente<br />

ilícitos, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>scabi<strong>do</strong> o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento requeri<strong>do</strong> na impetração.<br />

Denúncia que permitiu aos acusa<strong>do</strong>s o mais amplo exercício <strong>do</strong> direito <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fesa. Pelo que não é <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como fruto <strong>de</strong> um arbitrário<br />

exercício <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r-<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> promover a ação penal pública. O quadro <strong>em</strong>pírico<br />

<strong>do</strong> feito não permite enxergar a flagrante ausência <strong>de</strong> justa causa da ação<br />

penal quanto ao <strong>de</strong>lito contra a or<strong>de</strong>m tributária. Isso porque a impetração não<br />

<strong>de</strong>monstrou, minimamente, a pendência <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong>finitiva <strong>do</strong> crédito<br />

tributário objeto da acusação ministerial pública. Além disso, a natureza<br />

filantrópica da fundação investigada também não é <strong>de</strong> mol<strong>de</strong> a afastar, <strong>de</strong><br />

plano, eventual prática <strong>de</strong> crime tributário. Por outro la<strong>do</strong>, a <strong>de</strong>núncia objeto<br />

<strong>de</strong>ste habeas corpus, no tocante ao <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> quadrilha, é mera<br />

reiteração <strong>de</strong> acusação que tramita no Juízo processante da causa, tanto que<br />

se trata <strong>de</strong> simples transcrição literal da inicial previamente ajuizada. A<br />

constituir patente situação <strong>de</strong> bis in i<strong>de</strong>m, o que autoriza o trancamento da<br />

ação penal, no ponto.” (HC 92.959, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento <strong>em</strong> 17-<br />

11-09, 1ª Turma, DJE <strong>de</strong> 12-2-10). Vi<strong>de</strong>: HC 81.611, Rel. Min. Sepúlveda<br />

Pertence, julgamento <strong>em</strong> 10-12-03, Plenário, DJ <strong>de</strong> 13-5-05.<br />

“O exame preliminar da <strong>de</strong>núncia é baliza<strong>do</strong> pelos arts. 41 e 395 <strong>do</strong> Código <strong>de</strong><br />

Processo Penal. No art. 41, a lei adjetiva penal indica um necessário conteú<strong>do</strong><br />

positivo para a <strong>de</strong>núncia. É dizer: ela, <strong>de</strong>núncia, <strong>de</strong>ve conter a exposição <strong>do</strong><br />

fato normativamente <strong>de</strong>scrito como criminoso, com suas circunstâncias, <strong>de</strong> par<br />

com a qualificação <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong>, a classificação <strong>do</strong> crime e o rol <strong>de</strong> test<strong>em</strong>unhas<br />

(quan<strong>do</strong> necessário). Aporte factual, esse, que viabiliza a plena <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong><br />

acusa<strong>do</strong>, incorporante da garantia processual <strong>do</strong> contraditório. Já o art. 395 <strong>do</strong><br />

mesmo diploma processual, esse impõe à peça acusatória um conteú<strong>do</strong><br />

negativo. Se, pelo primeiro, há uma obrigação <strong>de</strong> fazer por parte <strong>do</strong> Ministério<br />

Público, pelo art. 395, há uma obrigação <strong>de</strong> não fazer.” (Inq 2.486, Rel. Min.<br />

Carlos Britto, julgamento <strong>em</strong> 8-10-09, Plenário, DJE <strong>de</strong> 18-12-09)<br />

“Pratica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is roubos <strong>em</strong> seqüência e oferecida a <strong>de</strong>núncia apenas quanto a<br />

um <strong>de</strong>les, nada impe<strong>de</strong> que o MP ajuíze nova ação penal quanto <strong>de</strong>lito<br />

r<strong>em</strong>anescente. Incidência <strong>do</strong> postula<strong>do</strong> da indisponibilida<strong>de</strong> da ação penal<br />

pública que <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s bens jurídicos que ela tutela. Inexiste<br />

dispositivo legal que preveja o arquivamento implícito <strong>do</strong> inquérito policial,<br />

<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser o pedi<strong>do</strong> formula<strong>do</strong> expressamente, a teor <strong>do</strong> disposto no art. 28<br />

<strong>do</strong> Código Processual Penal. Inaplicabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> princípio da indivisibilida<strong>de</strong> à<br />

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