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Completa - Universidade Estácio de Sá

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que ele <strong>de</strong>nomina “terceiromundialização no Primeiro Mundo”.<br />

Outros autores trabalham a conceituação <strong>de</strong> Educação Ambiental Crítica. No caso <strong>de</strong><br />

Guimarães (2004, p. 26) a justificativa ampara-se na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contrapor uma EA<br />

conservadora ou reducionista, alicerçada numa “visão <strong>de</strong> mundo que fragmenta a realida<strong>de</strong>,<br />

simplificando e reduzindo-a, per<strong>de</strong>ndo a riqueza e a diversida<strong>de</strong> da relação”, on<strong>de</strong> o ser<br />

humano é privilegiado e é visto como parte distinta da natureza, a uma “ação educativa que<br />

seja capaz <strong>de</strong> contribuir com a transformação <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> que, historicamente, se coloca<br />

em uma grave crise socioambiental.” O que se tem a fazer é fugir do que Freire (1987, p. 33)<br />

chamou <strong>de</strong> “prática bancária”<br />

Falar da realida<strong>de</strong> como algo parado, estático, compartimentado e bem<br />

comportado, quando não falar ou dissertar sobre algo completamente alheio<br />

à experiência existencial dos educandos vem sendo, realmente, a suprema<br />

inquietação <strong>de</strong>sta educação. A sua irrefreada ânsia. Nela, o educador aparece<br />

como seu indiscutível agente, como seu real sujeito, cuja tarefa in<strong>de</strong>clinável<br />

é “encher” os educandos dos conteúdos <strong>de</strong> sua narração. Conteúdos que são<br />

retalhos da realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconectados da totalida<strong>de</strong> em que se engendram e em<br />

cuja visão ganharia significação.<br />

E como sintetizou Bragança (2002), baseando-se na mesma obra <strong>de</strong> Paulo Freire “o<br />

ofício docente, nesta perspectiva, corporifica a prática da dominação”, on<strong>de</strong> mais do que<br />

última, a palavra do professor é única, e ainda, segundo palavras da autora a respeito do que<br />

Freire pensava, “a narração na educação bancária se apresenta como discurso único, como<br />

imposição <strong>de</strong> um discurso tido como verda<strong>de</strong>iro”.<br />

Por outro lado, quando este educador nos fala sobre dialogicida<strong>de</strong>, temos a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r melhor a importância <strong>de</strong> transformar a realida<strong>de</strong>, sem negar a<br />

história, ou melhor, apren<strong>de</strong>ndo com ela. Quando Freire (1987, p. 47) cita Pierre Furter, que<br />

diz que <strong>de</strong>vemos temporalizar o espaço e não eliminar os riscos da temporalida<strong>de</strong>, e completa<br />

este pensamento dizendo que ao negar a temporalida<strong>de</strong>, nega-se a si mesmo, ele procura opor-<br />

se ao pensamento que consi<strong>de</strong>ra ingênuo, “que vê o tempo histórico como um peso, como<br />

uma estratificação das aquisições e experiências do passado.”<br />

A importância da educação dialógica, para Freire (ibid.), que reforça o olhar da<br />

Educação Ambiental Crítica, é que “somente o diálogo, que implica num olhar crítico, é<br />

capaz, também, <strong>de</strong> gerá-la” – a temporalida<strong>de</strong> – e que, “sem ele, não há comunicação e sem<br />

esta não há verda<strong>de</strong>ira educação”.<br />

A realida<strong>de</strong> socioambiental é complexa e como tal não po<strong>de</strong> ser reduzida a simples<br />

transmissão do conhecimento e aceitação <strong>de</strong> que a partir daí o indivíduo transforme seu<br />

comportamento, ou melhor, que a teoria por si só, alcançará os objetivos <strong>de</strong> transformar a<br />

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