Completa - Universidade Estácio de Sá
Completa - Universidade Estácio de Sá
Completa - Universidade Estácio de Sá
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O que queremos dizer é que não é possível traçar um perfil único para o grupo e para<br />
as concepções que atravessam o cotidiano escolar. O que nos pareceu é que em parte existe<br />
nele o caráter crítico, que a escola aspira em sua teoria e procura caracterizar em cada projeto,<br />
em cada planejamento, e que, ao analisarmos esse material, fica tão claro. Mas, outra parte<br />
permanece estática, presa a qualquer fato que possa servir <strong>de</strong> barreira, imaginária ou real, e<br />
que os <strong>de</strong>ixa paralisados, estagnados. Em cada ponto que procuramos esmiuçar, a mesma<br />
sensação nos perseguiu, a <strong>de</strong> que existe uma vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer, mas o caminho parece não<br />
existir ou estar bloqueado.<br />
O fazer ambiental seguiu esta mesma tendência. Pareceu-nos que existiram os „anos<br />
dourados‟ da EA nesta escola, on<strong>de</strong> o produzir era fértil e muito se inovou, num ritmo <strong>de</strong><br />
liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação on<strong>de</strong> ao invés <strong>de</strong> barreiras, sejam lá <strong>de</strong> que tipo, o que existia era o<br />
incentivo à criação, a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se expressar. O entorno da escola, aparentemente<br />
importante, a fonte inspiradora dos projetos cujos objetivos apontavam para os anseios dos<br />
alunos. Mas o que mudou?<br />
Também encontramos no cotidiano escolar <strong>de</strong>finições do tipo “conjunto das inter-<br />
relações que se estabelecem entre o mundo social, mediado por saberes, locais e tradicionais,<br />
além dos saberes científicos”– ecoformação – (PINEAU, 1988, p.75), ou do tipo que valoriza<br />
“os diversos espaços educativos fazendo parte do cotidiano”, incluindo o não-escolar, “<strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que aconteça uma re-estruturação político-administrativa dos sistemas <strong>de</strong> ensino atuais, o que<br />
significa uma <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong>mocrática e a instauração <strong>de</strong> relações pautadas na<br />
dialogicida<strong>de</strong> [...] em busca do estabelecimento <strong>de</strong> uma relação saudável e equilibrada com o<br />
contexto, com o outro e com o ambiente”– ecopedagogia (AVANZI, 2004, p.47).<br />
A Educação Ambiental Transformadora, <strong>de</strong>finida como “uma educação ambiental que<br />
se origina no escopo das pedagogias críticas e emancipatórias, especialmente dialéticas”<br />
visando “um novo paradigma para uma nova socieda<strong>de</strong>” e que aproxima a escola da<br />
“comunida<strong>de</strong> em que se insere e aten<strong>de</strong>” articulando ativida<strong>de</strong>s curriculares às<br />
extracurriculares (LOUREIRO, 2004, p.67) e o fazer pedagógico também coloca em prática o<br />
que po<strong>de</strong>mos sintetizar como alfabetização ecológica, que acredita que “ao nos<br />
transformarmos, estaremos simultaneamente transformando a família, escolas, empresas,<br />
cida<strong>de</strong>s, governos, países,” sempre <strong>de</strong>monstrando “respeito às diferenças sociais” (MUNHOZ,<br />
2004, p. 152). Percebemos, a partir <strong>de</strong>ssas concepções, não só no que nos foi passado pelo ex-<br />
diretor, mas no que observamos na análise do PPP e na <strong>de</strong>scrição das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> revê-lo,<br />
principalmente no que se refere à realida<strong>de</strong> local que tem se transformado e assim ten<strong>de</strong> a<br />
96