Completa - Universidade Estácio de Sá
Completa - Universidade Estácio de Sá
Completa - Universidade Estácio de Sá
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
construção da socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma individual e coletiva, propondo-se a formação <strong>de</strong> cidadãos<br />
com consciência local e planetária, que aconteça <strong>de</strong> forma interdisciplinar, que estimule a<br />
solidarieda<strong>de</strong>, a igualda<strong>de</strong> e o respeito aos direitos humanos, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>mocrática e com<br />
interação entre as culturas, convertendo cada oportunida<strong>de</strong> em experiências educativas das<br />
socieda<strong>de</strong>s sustentáveis e com consciência ética sobre todas as formas <strong>de</strong> vida, e vai além<br />
quando, na sua concepção <strong>de</strong> natureza, associa elementos espirituais, que <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong><br />
consciência espiritual. Enfatizamos este ponto <strong>de</strong> vista com as palavras <strong>de</strong> Siqueira (2008, p.<br />
7) que <strong>de</strong>staca<br />
[...] a ética e a espiritualida<strong>de</strong>, pois essas são imprescindíveis nas mudanças<br />
<strong>de</strong> paradigmas que visam uma socieda<strong>de</strong> mais sustentável, on<strong>de</strong> as relações<br />
sociais e ambientais estão profundamente imbricadas. A ética, po<strong>de</strong> se tratar<br />
da mudança fundamental e necessária dos hábitos e costumes, e a<br />
espiritualida<strong>de</strong>, pela mística inspiradora que proporciona o resgate das<br />
relações do ser humano com Deus e com a natureza.<br />
Para que essa educação ocorra Morin (2006, p.58-59) afirma que a visão unilateral<br />
do homem “que <strong>de</strong>fine o ser humano pela racionalida<strong>de</strong> (Homo sapiens), pela técnica (Homo<br />
faber), pelas ativida<strong>de</strong>s utilitárias (Homo economicus), pelas necessida<strong>de</strong>s obrigatórias (Homo<br />
prosaicus)”, <strong>de</strong>verá ser abandonada no século XXI. Ao vislumbrar a educação do futuro o<br />
autor <strong>de</strong>staca o antagonismo humano:<br />
[...]<br />
sapiens e <strong>de</strong>mens (sábio e louco)<br />
faber e lu<strong>de</strong>ns (trabalhador e lúdico)<br />
empiricus e imaginarius (empírico e imaginário)<br />
economicus e consumans(econômico e consumista)<br />
prosaicus e porticus (prosaico e poético)<br />
[...]<br />
Assim, o ser humano não só vive <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> técnica; ele se<br />
<strong>de</strong>sgasta, se entrega, se <strong>de</strong>dica a danças, transes, mitos, magias, ritos; [...] E,<br />
no ser humano, o <strong>de</strong>senvolvimento do conhecimento racional-empíricotécnico<br />
jamais anulou o conhecimento simbólico, mítico, mágico ou poético.<br />
(Ibid.).<br />
A maior crítica feita à EA <strong>de</strong> uma maneira geral pelos a<strong>de</strong>ptos da Ecopedagogia se<br />
refere a uma concepção <strong>de</strong> meio ambiente que não leva em conta as questões sociais, nem<br />
contextualiza o mo<strong>de</strong>lo econômico e as relações que se estabelecem no mesmo,<br />
principalmente no mo<strong>de</strong>lo hegemônico neoliberal. Ela não a nega, na verda<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ra-a um<br />
pressuposto, segundo Gadotti (2000, apud AVAZI, 2004, p. 41). Exige a reorientação dos<br />
currículos escolares <strong>de</strong> forma que os conteúdos sejam significativos para o aluno e valoriza<br />
“os princípios da gestão <strong>de</strong>mocrática dos sistemas <strong>de</strong> ensino, da <strong>de</strong>scentralização, da<br />
autonomia e da participação” como foi <strong>de</strong>scrito por Avanzi (2004, p.42).<br />
49