01.05.2014 Views

Jornalismo científico & desenvolvimento regional - Observatório da ...

Jornalismo científico & desenvolvimento regional - Observatório da ...

Jornalismo científico & desenvolvimento regional - Observatório da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Jornalismo</strong> Científico & Desenvolvimeno Regional | 159<br />

clonagem humana, eutanásia, utilização de células troncos e muitas<br />

outras, são exemplos de como um conhecimento mínimo de assuntos<br />

pertinentes à ciência e suas aplicações é fun<strong>da</strong>mental para a garantia<br />

de uma democracia, pelo menos, representativa e de quali<strong>da</strong>de razoável.<br />

Neste sentido, é importante refazer as perguntas de Candotti<br />

(2003): “Tudo que está ao nosso alcance em termos de <strong>desenvolvimento</strong><br />

e aplicações do conhecimento científico, deve ser realizado?<br />

Tudo o que é possível fazer, deve ser feito”? Podemos clonar, devemos<br />

clonar? Se sabemos fabricar uma bomba atômica, devemos fabricála?<br />

Se podemos chegar até a lua, devemos desenvolver um projeto<br />

espacial para chegar até lá? Enfim, se dominamos o conhecimento necessário<br />

ao alcance de determinados objetivos, estes objetivos devem<br />

ser alcançados? Quem deve decidir isso? Na atual conjuntura, quem<br />

tem definido essas questões são as classes dominantes e os interesses<br />

de mercado, a quem pouco interessa as opiniões e anseios <strong>da</strong>s maiorias<br />

e minorias excluí<strong>da</strong>s.<br />

Para Candotti (2002, p.17), “a circulação <strong>da</strong>s idéias e dos resultados<br />

de pesquisas é fun<strong>da</strong>mental para avaliar o seu impacto social e<br />

cultural, como também para recuperar, por meio do livre debate e<br />

confronto de idéias, os vínculos e valores culturais que a descoberta<br />

do novo, muitas vezes rompe ou fere”.<br />

Embora concordemos com o princípio <strong>da</strong> argumentação, que diz<br />

respeito ao controle <strong>da</strong>s aplicações tecnológicas do conhecimento<br />

científico, verificamos que existe um fio muito tênue entre o que podemos<br />

fazer e o que já fizemos ou estamos fazendo. Depois de construído<br />

um determinado tipo de conhecimento, é muito pouco provável<br />

que não seja desenvolvido e concretizado em termos de aplicações<br />

tecnológicas e práticas. Na maioria dos casos, o sonho de materialização<br />

<strong>da</strong>s hipóteses já se encontra nos objetivos iniciais <strong>da</strong> pesquisa.<br />

Desse ponto de vista, é necessário interferir previamente nos rumos<br />

que devem ser <strong>da</strong>dos às investigações, definindo a priori para onde<br />

devemos dirigir os nossos olhares e quais as perguntas para as quais<br />

devemos concentrar esforços de resposta. Se devemos participar de<br />

um projeto conjunto para o lançamento de um satélite que envolve<br />

gastos <strong>da</strong> ordem de 100 milhões de dólares, ou se é preferível usar<br />

esse recurso para equipar os nossos hospitais públicos em sua grande

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!