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Jornalismo científico & desenvolvimento regional - Observatório da ...

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84 | <strong>Jornalismo</strong> Científico & Desenvolvimento Regional<br />

mer, de 60 anos antes para mostrar que a ciência ain<strong>da</strong> não possuía<br />

entendimento do ‘magnetismo animal’, “esta sciencia tão maltrata<strong>da</strong><br />

pelos médicos em geral, e em particular pela academia de medicina<br />

de Paris...”<br />

A última parte deste artigo trata <strong>da</strong> Física. Lá, o autor comenta sobre<br />

a lâmpa<strong>da</strong> imagina<strong>da</strong> pelo inglês Grove e sobre a proposta de experiência<br />

do belga Eseltje de, por meio <strong>da</strong> luz elétrica, ver através do<br />

corpo humano. Comenta também as experiências eletro-magnéticas<br />

de Fara<strong>da</strong>y.<br />

Também volta a secção “Revista Scientifica” (p.109-122) sob a epígrafe<br />

de Swedenborg, mas desta feita a autoria pode ser detecta<strong>da</strong>,<br />

pois o autor assinou apenas as iniciais L.L.V, Trata-se do engenheiro<br />

francês Louis-Léger Vauthier comentando as vantagens <strong>da</strong>s ferrovias,<br />

principalmente naquele momento, que nenhum trilho havia sido implantado<br />

no Brasil. O engenheiro explicava então a economia de tempo<br />

que se faria em uma viagem de 10, 11 horas, quando se gastava<br />

então de dez a doze dias.<br />

Vauthier fora contratado com uma equipe de engenheiros e técnicos<br />

franceses para embelezar o Recife, na gestão do Barão <strong>da</strong> Boa Vista,<br />

na déca<strong>da</strong> de 1840, tendo construído o magnífico prédio do Teatro<br />

Santa Isabel, dotando o Recife de uma variante do estilo neoclássico,<br />

quase que uma escola. Graças a Gilberto Freyre pode-se conhecer<br />

todo o trabalho e idéias socialistas utópicas deste engenheiro e arquiteto<br />

em “Um Engenheiro Francês no Brasil” (1960).<br />

Quando Vauthier teve de regressar à França, devido ao rompimento<br />

do contrato, ocasionado por invejas, críticas ao seu salário e<br />

interesses feridos de grupos de arrematantes de obras públicas, o Progresso<br />

lhe dedicou um artigo, de 19 de novembro de 1846, “Adeus ao<br />

Sr. Vauthier” (p.249-251) sem assinatura:<br />

Distinto membro do sábio corpo de Engenheiros de França, viveiro<br />

onde o Egito, a Turquia e to<strong>da</strong>s as terras atrasa<strong>da</strong>s na sen<strong>da</strong><br />

dos melhoramentos materiais vão buscar diretores para a s suas<br />

obras públicas, o Sr. Vauthier, durante os seis anos que viveu entre<br />

nós, auxiliou sobremodo o movimento ascendente dos melhoramentos<br />

reais e positivos que aqui nasceu em 1835, ora quase extinto,<br />

por infelici<strong>da</strong>de nossa”.

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