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Jornalismo científico & desenvolvimento regional - Observatório da ...

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<strong>Jornalismo</strong> Científico & Desenvolvimeno Regional | 397<br />

produtos <strong>da</strong> abelha, como o mel, o própolis ou a própria apitoxicina,<br />

com as técnicas de acupuntura, priorizando o local <strong>da</strong> dor (...)”. Na<br />

frase se destaca o termo técnico apitoxicina que foi especificado em<br />

uma frase anterior, to<strong>da</strong>via com uma grafia diferente: “A técnica milenar<br />

chinesa que vem fazendo sucesso no Brasil, consiste em utilizar<br />

o ferrão <strong>da</strong> abelha, onde se encontra o veneno – a apixoticina –, para<br />

fazer incisões na pele com fins terapêuticos”.<br />

Desta forma, percebe-se que o repórter utilizou dois termos diferenciados<br />

para especificar o veneno <strong>da</strong> abelha, esse fato causa imprecisão<br />

e incerteza quanto a informação.<br />

Barichello e Garcia (2003) correlacionam que no cenário do jornalismo<br />

científico à alusão de exemplos habituais <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> de pessoas<br />

comuns se torna um valor somatório ao entendimento <strong>da</strong> informação<br />

científica. A matéria em análise cita exemplos de pessoas que utilizaram<br />

a técnica: “Fiz uma sessão e no outro dia já estava boa <strong>da</strong>s dores<br />

musculares. Em duas sessões também fiquei boa <strong>da</strong> dor na coluna”.<br />

Na reportagem, se observa a citação de opiniões divergentes sobre<br />

o uso do tratamento. Para o apiterapeuta Edivaldo Ferreira (entrevistado)<br />

a técnica é uma terapia natural complementar ao tratamento<br />

alopático: “(...) não sendo recomen<strong>da</strong>do o abandono do tratamento<br />

alopático, nem sua combinação com este, principalmente no uso de<br />

antiinflamatórios e analgésicos”.<br />

De forma diferente, o outro entrevistado – Márcio de Holan<strong>da</strong><br />

Guerra, afirma a possibili<strong>da</strong>de de unir a apicupuntura e o tratamento<br />

alopático. A repórter enfatiza: “Ele ressalta que não se deve abandonar<br />

o tratamento alopático, mas, diferente do que disse o apiterapeuta,<br />

é possível combiná-lo com a apicupuntura”.<br />

Na matéria ain<strong>da</strong> nos chamou a atenção o tópico “O tratamento<br />

me salvou”, que relata a história de uma paciente que utiliza a apicupuntura.<br />

Entendemos que esse tópico se configura em um exemplo<br />

de sensacionalismo e espetacularização <strong>da</strong> informação. A frase foi retira<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> fala <strong>da</strong> paciente que no texto <strong>da</strong> matéria afirma: “Abandonei<br />

o medicamento e comecei a colocar as pica<strong>da</strong>s de abelha. Com duas<br />

aplicações, duas vezes por semana, já senti muita diferença. O tratamento<br />

é excelente, me salvou <strong>da</strong>s dores 2 ”. Assim, fica nítido que o<br />

título do tópico é um exagero demasiado dos vocábulos descritos pela<br />

2 Grifo nosso.

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