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Jornalismo científico & desenvolvimento regional - Observatório da ...

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396 | <strong>Jornalismo</strong> Científico & Desenvolvimento Regional<br />

capaz de separar fragmentos de DNA por tamanho”.<br />

Do mesma forma, observa-se o uso de analogias para facilitar a<br />

compreensão do funcionamento do aparelho. Na frase abaixo é realiza<strong>da</strong><br />

uma comparação de similari<strong>da</strong>de do DNA com o barbante:<br />

“Funciona mais ou menos assim: um campo elétrico faz a mistura de<br />

fragmentos de DNA (que são como um punhado de segmentos de barbantes)”.<br />

Essas características observa<strong>da</strong>s na reportagem, linguagem simples<br />

e o uso de analogias, compartilham do ideário ressaltado por Pippi<br />

e Peruzollo (2003, p. 198), quando afirmam: “A utilização de uma<br />

linguagem acessível torna-se, nessa perspectiva, o principal meio de<br />

aproximar a ciência <strong>da</strong>s pessoas e facilitar às mesmas a compreensão<br />

dos fatos”.<br />

A edição de 29 abril enfatiza o título “Apicupuntura”. Na abertura 1<br />

<strong>da</strong> matéria a repórter in<strong>da</strong>ga: “Quem já foi ferroado por uma abelha<br />

sabe a dor que sua pica<strong>da</strong> causa. Mas, de forma paradoxal, o mesmo<br />

ferrão está sendo usado no tratamento contra dores pela Apicupuntura”.<br />

Assim, o leitor de imediato já compreende que a técnica apicupuntura<br />

utiliza o veneno presente no ferrão <strong>da</strong>s abelhas.<br />

A matéria destaca uma linguagem comum, enfatizando a explicação<br />

de termos pouco comuns como fibromialgia e alopático. Como se<br />

observa nas frases: “(...) para pacientes que sofrem com dores articulares<br />

– fibromialgia (...)” ou “(...) ela relata que fazia tratamento alopático<br />

– medicina tradicional, à base de inflamatório (...)”.<br />

A explicação de termos pouco conhecidos harmoniza-se com uma<br />

característica destaca<strong>da</strong> por Barichello e Garcia (2003, p. 162) em relação<br />

à produção de jornalismo científico: “(...) A maior dificul<strong>da</strong>de<br />

encontra<strong>da</strong>, provavelmente seja a a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong> linguagem científica<br />

para a linguagem jornalística. A tarefa é dificulta<strong>da</strong> pelos termos<br />

científicos que devem ser pouco usados ou explicados sempre que<br />

necessário”.<br />

A repórter explica detalha<strong>da</strong>mente o que é a apicupuntura: “A apicupuntura<br />

– que concilia a apiterapia, tratamento natural à base dos<br />

1 Sodré e Ferrari (1986, p. 67) destacam que “a abertura destina-se basicamente<br />

a chamar a atenção do leitor e conquistá-lo para a leitura do texto. Costuma-se<br />

usar palavras concretas, frases curtas, incisivas e afirmativas, estilo<br />

direto. Quando possível, indica-se o ângulo mais importante”.

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