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Jornalismo científico & desenvolvimento regional - Observatório da ...

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316 | <strong>Jornalismo</strong> Científico & Desenvolvimento Regional<br />

frente aos <strong>da</strong>dos selecionados, por mais entediante que seja, este<br />

não deve redigir de forma diverti<strong>da</strong> com relação à pesquisa científica,<br />

constando na matéria o que coletou <strong>da</strong>s fontes. Comentários excessivamente<br />

críticos é outro fato a ser evitado; re<strong>da</strong>tores podem ser<br />

desencorajados quanto a isso por receio de se caracterizar um libelo<br />

(difamação impressa). Em síntese, dizemos que o levantamento de <strong>da</strong>dos<br />

é a essência <strong>da</strong> notícia.<br />

A linguagem científica e a re<strong>da</strong>ção<br />

jornalística sobre ciência<br />

A relação <strong>da</strong> informação dos cientistas com a imprensa, muitas<br />

vezes é demarca<strong>da</strong> pelo discurso ou prática comunicacional adota<strong>da</strong><br />

por ca<strong>da</strong> um dos lados, servindo como forma de demarcação <strong>da</strong>s fronteiras<br />

que permeiam ca<strong>da</strong> extremi<strong>da</strong>de. Para explanarmos essa relação<br />

bilateral entre os cientistas e os jornalistas, iremos nos valer do<br />

estudo de Issac Epstein (1998), em Comunicação <strong>da</strong> Ciência, quando<br />

este conceitua e divide as práticas comunicacionais que especificam e<br />

caracterizam a re<strong>da</strong>ção de ca<strong>da</strong> lado.<br />

Para nos prendermos à análise do discurso empregado pelos cientistas,<br />

bem como pelos jornalistas, começaremos pelo que disse o estudioso<br />

Wittgenstein (p. 65) “(...) falar uma linguagem é parte de uma<br />

ativi<strong>da</strong>de ou uma forma de vi<strong>da</strong>”. Para tanto, sabe-se que os idioletos<br />

empregados por ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s partes desse “jogo” na<strong>da</strong> mais é do que<br />

reflexo <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de e postura que ca<strong>da</strong> ofício exige de seus atores.<br />

Entender o prisma que tange a relação media<strong>da</strong> pela linguagem<br />

e as práticas de comunicação adota<strong>da</strong>s pelos cientistas e jornalistas,<br />

aju<strong>da</strong> a explicar a distância que existe entre essas categorias, que<br />

como denuncia Epstein,<br />

muitos cientistas desconfiam dos jornalistas e criticam suas reportagens<br />

por infideli<strong>da</strong>de, simplificação exagera<strong>da</strong> ou eventual<br />

sensacionalismo. Os próprios jornalistas criticam, muitas vezes, a<br />

maneira pela qual a ciência é apresenta<strong>da</strong> pela mídia. (EPSTEIN,<br />

1998, p.60).<br />

A demarcação <strong>da</strong>s práticas de discurso adota<strong>da</strong>s a fim de divulgar<br />

a informação de cunho científico, Epstein a dividiu em duas ca-

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