01.05.2014 Views

Jornalismo científico & desenvolvimento regional - Observatório da ...

Jornalismo científico & desenvolvimento regional - Observatório da ...

Jornalismo científico & desenvolvimento regional - Observatório da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

178 | <strong>Jornalismo</strong> Científico & Desenvolvimento Regional<br />

O fato de um contingente populacional enorme não estar sendo<br />

informado (nem ouvido) sobre os riscos ambientais que corre – no<br />

cotidiano e no futuro, – e muito menos sobre as causas e caminhos<br />

que estão sendo propostos e trilhados para sustar ou minimizar seus<br />

efeitos, deveria ser alvo de ações urgentes <strong>da</strong> comunicação científica<br />

e ambiental em to<strong>da</strong>s as suas fronteiras, entre as quais, o jornalismo.<br />

No entanto, a complexi<strong>da</strong>de implícita nessa comunicação esbarra em<br />

um contexto cultural que não pode ser ignorado: o Brasil persiste com<br />

um dos menores índices de leitura de jornais do mundo. Em 2005 (último<br />

<strong>da</strong>do disponível no site <strong>da</strong> ANJ 8 ), ocupava o 96º lugar, numa lista<br />

de 132 países, com uma média de 45,3 exemplares por mil habitantes.<br />

O Japão, que liderava o ranking, distribuía 633,7 cópias para ca<strong>da</strong> grupo<br />

de mil pessoas. Na América Latina, vinham à frente do Brasil, nesta<br />

ordem: Colômbia (587,8 por mil em 2006), Venezuela (362,1 em 2006),<br />

Cuba, Porto Rico, Trini<strong>da</strong>de e Tobago, México, Guiana Francesa, Panamá,<br />

Argentina (94,2 em 2006), Guatemala, El Salvador e Chile.<br />

Não é por acaso que o jornalismo ambiental no Brasil vem criando<br />

uma nova identi<strong>da</strong>de na Internet, paralelamente ao encolhimento do<br />

número de páginas impressas dedica<strong>da</strong>s ao tema. Esse cenário adverso,<br />

porém, não pode servir de justificativa para o padrão de jornalismo<br />

declaratório e oficialista que vem sendo praticado pelos veículos de<br />

grande circulação e audiência, nem para eximir jornalistas e especialistas<br />

<strong>da</strong>s responsabili<strong>da</strong>des que lhes cabem. Não se pode informar a<br />

população sobre os reais riscos socioambientais utilizando os mesmos<br />

procedimentos de alarmismo e banalização que têm caracterizado a<br />

produção de notícias sobre violência e corrupção, por exemplo.<br />

Uma boa cobertura nessa área exige que os jornalistas compreen<strong>da</strong>m<br />

os processos e métodos de produção do conhecimento científico<br />

que explica e aponta soluções para os problemas ambientais. Deve,<br />

também, deixar claras as ligações entre a expansão sem controle do<br />

agronegócio (em especial as plantações de soja e a agropecuária extensivas)<br />

e as queima<strong>da</strong>s na Amazônia, e mostrar as conexões globallocal<br />

entre acontecimentos tão distantes como as tsunamis asiáticas,<br />

as enchentes de Nova Orleans e as secas e enchentes brasileiras. Para<br />

isso, é preciso buscar outras fontes de informação além <strong>da</strong>s oficiais e<br />

dos PhDs de universi<strong>da</strong>des estrangeiras (sobretudo estadunidenses),<br />

8 Em http://www.anj.org.br/a-industria-jornalistica/leitura-de-jornais-no-mundo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!