FACULDADE DE MEDICINA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO ... - Unesp

em uma instituição pública do interior do estado de São Paulo. O sentimento
que emana do adoecimento é o de desqualificação para o trabalho, em que o
sistema capitalista cobra produção.
Somada a essa situação, a questão da demora do diagnóstico e a falta
de assistência nos remetem a uma reflexão: qual é a formação de nossos
próprios trabalhadores do SUS, quanto aos princípios doutrinários de sua
“empresa” A partir da universalização, onde todos têm direito ao acesso e
atendimento de saúde, e o próprio trabalhador da equipe de enfermagem se vê
tolhido desse direito. A integralidade é desconsiderada quando não há
preocupação com um diagnóstico específico e global da doença, e há
desconhecimento ou resistência, por parte do cuidado ao cuidador, de associar
o seu agravo com a função ou atividade que desenvolve no trabalho.
Complementando essa situação, o trabalhador se vê obrigado a procurar
assistência quanto ao diagnóstico e resolutividade de seu problema através de
atendimento privado de saúde, medicinas de grupo, ou atendimentos mistos
em outras instituições e profissionais, arcando com as despesas. Esse fato é
mais um gerador da presença do trabalhador doente em suas atividades
normais, evitando assim perdas salariais presentes, legalmente oficializadas
nas normas estatutárias, durante um afastamento do trabalho, inclusive em
situações de acidente de trabalho e acometimento de doenças ocupacionais.
Na medida em que o quadro se agrava e seus afastamentos das
atividades superam a marca esperada de, no máximo 15 dias, conforme
demonstrados nos dados quantitativos há uma forte pressão entre retornar ao
trabalho, mesmo doente, ou iniciar um processo de readaptação funcional.