FACULDADE DE MEDICINA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO ... - Unesp

“[...] eu cheguei lá e me prejudiquei de novo, porque fui pegar o paciente. Foi
um acidente de trabalho. Todo mundo viu, eu saí na cadeiras-de-roda que o
paciente entrou, e fui direto para o Pronto-Socorro. Aí que foram descobrir que
eu era readaptada oficialmente.” (Orégano 22)
“Além da toda a correria para passar em consulta médica para fazer aos
exames, para pegar os remédios, pois o médico se esquece de preencher
corretamente os protocolos (CID, justificativa), e a gente tem que ficar correndo
atrás. O médico estava em reunião, passou do meu horário de comer e tomar
os remédios. Os remédios são caros e em grande quantidade e, portanto não
tem como a gente comprar, manter o tratamento sem depender das pessoas
do hospital.” (Louro 7)
“Precisou os médicos (neurocirurgiões do hospital), me verem lá (trabalhando),
e dizerem: “Mas o que você está fazendo aqui” Na frente da enfermeira, eles
me mandaram ir embora dali. Ficaram bravos comigo, eu fiquei até com
vergonha. O Dr. X (neurocirurgião), disse: “Você sabe que você não pode estar
aqui, vai cuidar de você porque você sabe que seu fim é a cadeira-de-roda,
então você vai pra casa e o atestado a gente vê depois”. Aí é falta, é abonada,
pra depois sair a licença. Então você já sabe, né” (Orégano 39)
“Até o que me constrange é o DP do hospital que fica sabendo o diagnóstico e
comenta com outras pessoas, mesmo sendo codificado, eu tenho certeza que
vão procurar o que é.” (Louro 19)
“[...] eu sabia que eu era readaptada, mas meu papel ficava guardado lá em
uma gaveta. Ninguém sabia onde estava. Tanto é que levou quase três anos
para publicação.” (Orégano 30)