FACULDADE DE MEDICINA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO ... - Unesp
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eumatologista falou pra mim que é bom de vez em quando fazer. O<br />
diagnóstico do meu problema foi rápido, pois na primeira vez já foi colhido<br />
sangue e já deu a artrose e eu já comecei o tratamento. Eu não me lembro<br />
bem o ano que eu comecei, faz bastante tempo, inclusive para a<br />
readaptação eu “xeroquei” tudo, todos os atendimentos com a<br />
reumatologista. A médica do trabalho também se comunicou com o<br />
reumatologista. Também foi conversado com a diretoria de enfermagem e<br />
tudo foi bem encaminhado 5 . No começo da readaptação é meio estranho,<br />
porque a gente se sente assim meio desvalorizado, é como se fosse<br />
rebaixado do cargo, né A gente sente, né 6 Porque depois eu fiquei assim<br />
como diarista, né Enquanto não saia a publicação no diário oficial, eu fiquei<br />
para levar paciente para os exames, fiquei no expurgo, tinha que usar luvas,<br />
estava muito “puxado” pra mim. Eu fiquei pior, né Porque transportar o<br />
paciente, colocar e retirar da maca, levar até a hemodiálise (realizada em um<br />
prédio fora do hospital), colocar e tirar da ambulância, né Descer na<br />
hemodiálise, colocar na cadeira-de-rodas, empurrar lá dentro, empurrar a<br />
maca, estava “puxado” também 7 , né Aí depois que saiu a readaptação, eu<br />
não podia ficar fazendo, porque se eu sofresse um acidente de trabalho<br />
podia complicar né Então me chamaram para vir pra cá (escrituraria da<br />
clinica psiquiátrica). A primeira vez eu falei que não queria não. Daí, na<br />
segunda vez falaram que estava precisando muito, aí eu vim 8 , né Quando<br />
tinha um mês que estava aqui eu prendi o dedo no portão (a psiquiatria tem<br />
uma grade que impede a entrada e saída espontânea de pacientes, para<br />
segurança dos próprios e da instituição e, conseqüentemente, dos<br />
trabalhadores). Abriu meu dedo assim-e mostra o local- cortou com<br />
necessidade de “dar pontos”. Mostrou a cicatriz.Tirei licença! O acidente<br />
aconteceu porque um paciente queria fugir e eu estava chegando do almoço<br />
e ele (o paciente), veio com tudo e eu fiquei com medo 9 . Eu já tinha tirado a<br />
chave da fechadura e fui tentar colocar de novo para trancar, aí o paciente<br />
se jogou na parede e no portão e foi tudo muito rápido, quando eu vi, o<br />
portão voltou e pegou meu dedo e abriu. Aí deu ponto, foi à noite. Aí eu<br />
fiquei lá (no PS), esperando o cirurgião plástico para desbridar, aí eu tive<br />
que sair de licença, depois eu peguei férias, né Porque já estava tudo<br />
assinado, assim não dava “mão-de-obra”! O acidente foi final de setembro e<br />
eu só voltei final de novembro.<br />
Agora aqui o problema é a mente néTem dia que a gente estressa um<br />
pouquinho. É muita gente falando ao mesmo tempo, pedem para ligar não<br />
sei pra onde, toca a campainha, atende o portão, é toda hora! A gente não<br />
consegue trabalhar direito! Fisicamente está bom ficar aqui, mas agora é a<br />
mente, né Agora não tem problema das dores mas agora é a mente, né<br />
(Ri). 10<br />
4) Pensou bastante e disse: Eu estou gostando daqui porque não força meus<br />
dedos, não dá trabalho de arquivar, está bom, né Tem dia que têm muitos<br />
pacientes, você vai se estressar! A equipe me aceitou bem, pelo menos<br />
parece que estão contentes. Os colegas me aceitaram bem porque já<br />
sabiam do meu problema 11 . Quando eu estava na clinica médica, eu ajudava<br />
bastante, ficava pra lá e pra cá, levando paciente e exames. Eu me sentia<br />
útil! Eu gostava de fazer plantão de 12 horas e agora eu tenho que fazer 6<br />
horas e minha vida virou de ponta cabeça! Porque era muito bom ficar em