FACULDADE DE MEDICINA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO ... - Unesp

satisfeitos com o que estou produzindo aqui. Eu me sinto assim e isso é ruim!
Dá pra você perceber, você achar que não está sendo útil 37 . Apesar de que
quando a colega da recepção da outra vez que ela saiu de férias, colocaram
outra pessoa no lugar dela; dessa vez, a chefia falou para eu ficar na
substituição.
Só que tem muitas coisas que ela faz que eu vou ter limites, como digitar,
porque o movimento pode dar dor. Mas a chefia falou que não tinha problema,
era pra eu fazer o que eu me sentia bem e que as duvidas que eu tenha, eu
poderia estar perguntando. Então dessa vez, elas colaboraram muito comigo.
Foi um ponto muito positivo. E elas me elogiaram. Portanto tem os pontos
negativos e tem os pontos positivos que a gente tem dizer também 38 .
Entrou uma enfermeira, a chefe aqui, que me elogiou e disse que eu me saí
muito bem! Aí, quando a colega voltou, eu deixei tudo prontinho, bonitinho e ela
foi digitar (relatórios de cirurgias). Deu tudo certinho, não teve erros e ela me
elogiou muito (a colega que voltou de férias). Aí eu fiquei feliz! Eu fiquei muito
feliz! Falei: “Graças a Deus!” Pelo menos agora eu fiz alguma coisa de bom!
Elevou meu ego! Eu me senti útil! Isso é muito bom no local de seu trabalho, ter
gente que te de valor! Então, eu fiquei muito contente de ter ficado ali, nessas
férias, porque me reconheceram. Eu fiquei feliz mesmo! 39
4) Gostaria que eles (as chefias), vissem mais os colegas, não só a mim, mas
os colegas. Que remanejassem para locais em que as pessoas possam
trabalhar, com menos dor 40 , porque trabalhar com dor não é fácil. É terrível!
Porque eu não desconto minha dor em ninguém, procuro sorrir, mas só eu sei
como eu estou! Porque ninguém é culpado e eu não vou tratar um cliente mal,
com cara feia, porque eu estou com dor 41 . Então para trabalhar bem, você tem
que estar bem. Você tem que estar bem, para trabalhar bem! Quanto mais
você se esforça para trabalhar bem sem estar bem, é difícil! 42 Então a chefia
deve arranjar um lugar pra gente, assim, porque no meu caso, “vira e mexe” eu
ouço falar assim: “Você não quer ir pra tal lugar Você não quer ir pra
farmácia “ Gente, na farmácia agente tem que mexer com caixas pesadas,
como é que vai por um readaptado com os problemas que eu tenho, para
trabalhar lá Como que um chefe vai te mandar fazer um serviço desses O
que a gente entende, o que a gente pode tirar disso Que a chefe não está
vendo o problema! “Não caiu a ficha!” Então, tem que ver a atividade do local
que vai encaminhar o trabalhador e conhecer o problema de saúde dele 43 .
Porque dependendo do local, a gente não vai poder fazer muito coisa e dá a
impressão, pra quem está de fora, que é descaso da gente não empurrar a
maca do paciente. Então a gente quer dar um bom atendimento, um
acolhimento e acaba fazendo o que não pode fazer, porque eu não consigo
deixar o paciente na maca ali fora. Eu vou colocar ele para dentro 44 . Então tem
que ter alguém de dentro observando essas coisas e vindo orientar e ajudar.
Então, tem dia que eu saio daqui e vou arrastando pra casa. Seria bom que
tivesse um trabalho de orientação, alongamento e aquecimento igual teve com
estagiários de fisioterapia, um tempo aqui. Eu acho muito importante esse
trabalho. Apesar de que não houve muito interesse dos funcionários, talvez
pelo horário de “pico” em que era realizado (horário da manhã, entrega de
material e de cirurgias). Então não era porque a gente não queria, mas porque
não dava pra parar o que estava fazendo 45 . Mas, eu acho que a atenção da
chefia com os readaptados e não só com os readaptados, mas com toda a