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FACULDADE DE MEDICINA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO ... - Unesp

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áreas, mas acho que não, porque o pessoal do regional ficaria sabendo, pois é<br />

incrível, como em todo local que se vai tem gente do regional, e eu fico<br />

constrangido sabe.<br />

Até o que me constrange é o DP do hospital que fica sabendo o diagnóstico e<br />

comenta com outras pessoas, mesmo sendo codificado eu tenho certeza que<br />

vão procurar o que é 19 .<br />

Nesse momento contou situações anteriores com outros funcionários, inclusive<br />

citando um colega homossexual, salientando que ele não é homossexual, e<br />

que as pessoas acham que ele adquiriu o vírus por esse contato.<br />

Eu me arrependo de ter vindo de São Paulo, ter vindo fazer meu tratamento<br />

aqui, pois em São Paulo eu teria mais privacidade, pois ninguém se conhece, e<br />

eu poderia ter evitado tudo isso, pois o pessoal é muito maldoso. A<br />

enfermagem, ela é maldosa, eu não sei por que a enfermagem é assim, é<br />

muito complicada, a enfermagem é muito difícil 20 . Eu não sei se é porque tem<br />

muita divisão de categorias, entre enfermeiros, auxiliares e técnicos, talvez seja<br />

por isso. É muito complicado.<br />

Depoimento 7<br />

Codinome - Orégano<br />

1 - Ah, o que contribuiu foi estar no lugar errado, fazer coisas que eu não podia<br />

fazer 1 . Por exemplo, quando saiu a minha publicação, que eu passei pelo<br />

perito, tudo, ele falou que eu não poderia estar sentando muito, não poderia<br />

pegar peso, fazer esforço físico de jeito nenhum, não andar muito, caminhar<br />

pouco e sempre procurando a posição melhor para mim 1 . Mas, como eu não<br />

tinha uma função específica, não fui readaptada, me readaptei oficialmente,<br />

mas não mudei de atividades 2 .<br />

Meu problema é a falta de um osso na lombar na L5 e L6. Falta-me um osso<br />

que apóia a coluna.<br />

O doutor disse que é um “defeito de fábrica”. Mas eu sempre tinha alguma<br />

coisa, estava cuidando do rim, tinha dores, teve um médico que achou que eu<br />

estava com cervicite. Então eu cuidava de outras coisas menos da coluna 3 .<br />

Mas quando minha perna começou a adormecer e dar “choque” na perna, eu<br />

quase já não estava mais andando mais, eu estava com 25 anos. Daí eu<br />

precisei cair para descobrir que eu tinha problema de coluna seriíssimo e ia<br />

parar na cadeira de rodas, porque já estava bem “escorregado” e se chama<br />

“espondiolite”. Aí eu já estava com lordose, com cifose, tudo no grau III,<br />

passando do limite e eu não sentia minha perna direito, na época 4 .<br />

O trabalho na enfermagem contribuiu porque você senta, levanta e pega peso 5 .<br />

Aí você não sabe o que você tem; você tem que ir trabalhar e vai doente. E<br />

quantas vezes eu não fui trabalhar doente 6 né Assim, e outra, você acha<br />

chato dar satisfação para os colegas e o colega fica falando por trás, ela faz<br />

aquilo, mas para trabalhar ela está doente, e eu sempre fui, sempre esquecia<br />

meus problemas, mas eu sabia minha dor, mas ninguém sabe 7 . Então, pra<br />

evitar essas coisas a gente acaba fazendo, entende como que é. A gente faz,<br />

porque é duro também ver uma colega se esforçar, você sabe que paciente vai<br />

agravar, você pega dali, pega daqui. E outra, o medo de cuidar do paciente. Eu

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